No início de fevereiro, o Palmeiras disputou o Mundial de Clubes sem nenhuma opção de velocidade para o banco de reservas. Rony, titular, era o único ponta à disposição de Abel Ferreira, enquanto o lateral Lucas Esteves foi o reserva imediato para a posição. Duas semanas depois de voltar do Catar, Gabriel Verón e Wesley estão recuperados e podem mudar a cara do ataque alviverde.
As duas Crias da Academia voltaram a jogar nesta semana, às vésperas da final da Copa do Brasil. Wesley ganhou alguns minutos na segunda-feira (22), contra o Atlético-GO e foi titular na quinta-feira (25), contra o Galo, quando foi substituído por Verón aos 14 da segunda etapa. A expectativa é que eles sejam importantes na decisão nacional.
Estrutura ofensiva
No 3-4-2-1 normalmente utilizado por Abel Ferreira na fase ofensiva, um dos pontas se posiciona bem aberto, como um ala e o outro encosta no centroavante. Recentemente, esse jogador pelo lado tem sido Gabriel Menino e, em menor frequência, Rony. Na maior parte das vezes, o “Rústico”, joga mais perto de Luiz Adriano. Quando isso não acontece, Willian assume a função.
Portanto, em janeiro e fevereiro, Abel teve, nas pontas: um meio-campista improvisado; um atacante veterano com outras qualidades que não a velocidade; e só Rony como um jogador de explosão e ataque à profundidade, ou seja, capaz de correr nas costas da zaga. Breno Lopes não pode jogar a Copa, então não está sendo considerado.
Nesse sentido, Wesley e Verón acrescentam características diferentes ao ataque do Palmeiras. O baiano, ex-Vitória, tem quatro gols e oito assistências em 23 jogos (13 como titular). Por isso, o camisa 21 participa diretamente de um gol a cada 1.7 jogos. Já o campeão mundial sub-17 pela Seleção Brasileira marcou nove vezes e deu quatro passes para gols em 36 partidas (18 desde o início). Uma contribuição direta a cada 2.8 jogos.
Diferencial
Além disso, o grande diferencial deles está na assertividade de suas ações aliada à intensidade e explosão. Wesley tem 73% de acerto de passes e 60% de aproveitamento nos dribles. Da mesma maneira, Gabriel Verón acerta 78% de seus passes, 75% de seus dribles e converte 50% de suas chances de gol.
Para efeito de comparação, Rony tem uma taxa de 74% de aproveitamento nos passes, 29% nos dribles e converte 20% de suas chances. Percebe-se como o camisa 11 erra muito. Ainda assim, tem 11 gols, 10 assistências e uma participação em gols a cada 2.5 jogos, porque é muito insistente. Tenta até ser decisivo.
Nas mãos de um treinador tão vertical e intenso quanto Abel Ferreira, ter dois jovens prontos para realizar ações em alta velocidade com boa precisão é uma benção. Mesmo que não sejam tão decisivos quanto Rony, podem ser fundamentais criando jogadas na busca pelo tetra.
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