Questões técnicas e táticas não são a fonte de bate-papo pós derrota. Nunca. Se deu errado, é falta disso, daquilo, de tudo, mas nunca é falta de futebol puro e simples. Há que se entender que um time perde ou vence por todos esses aspectos, unidos. Não há exclusividade nos méritos ou nas falhas. Explicaremos aqui como os dois lados dessa discussão afundaram o paulistinha mais ão que existe.
Pipocar em mata-mata. Esse é o mote.
Prefiro ver de outra forma. Somada a vontade.
O Palmeiras de 2019 tem uma alteração básica e fundamental com relação ao que se viu do time que tomou o nacional passado pra si. Bruno Henrique que foi artilheiro e craque daquele 11, mudou de funções. Joga recuado, preso à segunda linha com Felipe Melo. Ricardo Goulart precisa de espaço para ser o jogador que infiltra e joga dentro da área. Organizar os três nomes nesse meio tornou as coisas mais pacatas pra não dizer lentas.
Não falta qualidade a nenhum deles, entretanto.
Scarpa joga como ponta. Onde jogava Willian, que tem compasso de ponta. Busca o fundo, o chute, faz os dois lados do gramado e oferece verticalidade. Jogo direto, jogo de pouco passe e muita velocidade. O canhotinha tem outro estilo, busca o meio, chama pra tabela, quer o passe, chute de longa distância. Ou seja, quer a bola sendo girada.
O time de 2019 é o espectro de 2018 com peças que querem o de posse. Não há ainda um modelo efetivado que abrace esses novos nomes. A inflexibilidade do sistema de jogo se mostra deficiente a um elenco cujo leque de soluções é enorme. Bastaram dois jogos de maior relevância e o jogo impositivo, de força e esforço não bastou.
E quando não funciona, qual a alternativa?
Não são quantos jogos, mas quais jogos perder, falhar, errar. Não é perder. É como não tentar ganhar. É não ter opções, é não ver crescimento. O time do suor funciona, sim, mas é mais fácil conquistar pensando do que apenas suando. Diminuir os passos e fazer o cérebro acontecer. O Palmeiras pensa pouco o seu futebol. É preciso parar e refletir.
Pipocar também é a arte de quem se recusa a abrir o olhos para outras possibilidades.