(Foto: César Greco/Ag. Palmeiras)
Aí você se perguntou, na tensa noite chuvosa de Palmeiras e Santos, porque Thiago Santos parecia estar presente nas duas laterais, na meia, na armação, no calcanhar de Sanchez ou na bota de Bryan Ruiz. Como ele conseguiria estar em todos os lugares do campo. Como que consegue dar o bote, ser driblado e num estralar de chuteiras, tomar a frente do adversário.
Thiago foi, como é desde que chegou como solução improvisada vinda da série B, um gigante. Um leão. Um cachorro, desses mansos e ordeiros, simpáticos e amigos, mas que se vir uma bola, faz das tripas do coração, para tê-la.
O Santos tinha um meia, em teoria, no primeiro tempo daquele clássico. Era pouco para um Thiago infernal. Fez o que quis do ótimo Uruguaio. No segundo, com o auxílio de Bryan na criação alvinegra, a tarefa se complicou. Os visitantes chegaram a dois gols, ainda que por falhas mais individuais do que coletivas, mas chegaram. A lateral direita do sempre ótimo, mas fora de ritmo, Jean, abriu caminhos para dificuldade.
Tinha um Thiago pra consertar.
Quando a placa subiu anunciando a saída, de maca e em coma, do lateral volante, a natureza diria que Luan ou Gomez o substituíriam. Veio Guerra. Mais um dos criativos. A pergunta de 18 milhões era sobre quem faria o reparo no buraco por onde Dodô e Copete faziam estragos. Era.
Desde que deslocado, o Cachorrão de Scolari ficou dois metros mais alto e não perdeu sequer o ar contra o bom colombiano ou contra quem tentasse um gracejo pelo flanco. Era por cima, era por baixo, era na orientação para que Felipe Melo não saísse e Guerra colaborasse na dobra de marcação. Grande, mas ainda só um, era necessária a ajuda.
Até o apito final, com suas bicudas para a arquibancada enlouquecida, nas bolas rifadas que permitiam um ar de fôlego no sufoco daquele final. Thiago tem zero de grife. Zero de preguiça, de holofote, de falha. Thiago me dá zero motivos para critica-lo.
Thiago Santos é o 10 dos desarmes. O 7 da raça. O 5 mais Palmeiras possível.