Fernando Prass, como Jailson, chegou ao auge na idade em que carreiras se encerram. Chegou então a um time de segunda sabendo da glória de primeira do clube. Fez história se repetindo como festa. Virou bandeira, mosaico, pegador e batedor de pênaltis, campeão em campo e medalhista olímpico honorário fora dele, com o cotovelo quebrado, mas com companheiros de Brasil vestindo a camisa dele na premiação. A mesma que Weverton bem usou no Rio-16. A mesma que ele bem defende como titular no deca de 2018.
Prass foi campeão brasileiro no mesmo São Januário de onde veio no final de 2012 por obra de San Gennaro. Foi deca no banco. Tão campeão como todos. Por ser um caráter campeão como Jailson. Aguentando a reserva mesmo podendo ser titular como Jailson. Suportando a pressão pelo título e pela titularidade que os três goleiros de mesmo nível souberam nos defender no trabalho de craques do treinamento do ofício como Oscar Rodriguez e Thales Damasceno.
Pela idade e tempo de clube, pela humildade que vem de berço como a de Jailson, Prass soube ajudar os companheiros lá sentado. Ou em pé abraçando e auxiliando Felipão. Ou até mesmo tretando com rivais e fritando árbitros. Soube ser mais um torcedor ali de fora. Soube ser mais do que um profissional lá dentro.
Pelo exemplo que deu ao aceitar a condição sem se abater, foi como Dracena em 2016 e 18. Campeoníssimo em campo e fora dele. Exemplo de respeito ao colega e ao clube.
O grande campeão não é só o que joga muito como ele. É também o que não joga contra o time, como ele e Jailson.
Sempre nos defendendo sem precisar atacar.
Vocês três são dignos sucessores de nossa academia de goleiros. Os três abraçados na festa no Rio com Prass chorando foi cena do tipo dele abraçando Jailson contra a Chapecoense, em 2016.
Não podemos jogar com os três porquinhos ao mesmo tempo. Mas, se pudéssemos, o lobo mau seria ainda pior.