Há que se proteger e enaltecer os pontos que destoam. Tá, tudo bem, não se observa com olhos imediatamente bons àqueles cuja atitude não está em consenso com o padrão. Assusta, talvez intimide, mas principalmente preocupa. A questão é que talvez essa insegurança venha da clara necessidade de agir com a mesma qualidade.
Gustavo Scarpa é desses. Desde sua chegada ao Palmeiras, mostrou-se alguém de respeito, de modos, que passou por problemas em seu antigo clube e preferiu celebrar o novo, sempre polido e grato ao que vivia. Religiões à parte, é o tipo de ação que não há santo que reprove.
Praticamente um semestre sem condições de exercer o dom que Deus, seja ele quem for, lhe deu, Scarpa teve a capacidade divina do silêncio e arte, que o palmeirense não costuma ter, de ser paciente. Aguardar todo um processo dramático que a estéril justiça brasileira conduziu.
Hoje, retorna. Assediado, namorado, tentado, desafiado, procurado pelos milhões da Europa. Porque escolher o clube que esse ano já perdeu um campeonato, que já viu inúmeras DR de sua torcida com seus atletas, que viu tantos momentos incendiários.. porque, Scarpa? Perguntam os clubes que tinham melhores atributos que nós, os rivais que tanto o queriam e não tiveram.
Me permita a reposta, meu provável camisa 11. Porque ainda existe palavra. Ainda existe compromisso, ainda existe o desejo de ser Marcos, de ser pago por carinho, por idolatria, por vozes que cantem seu nome sem qualquer aparente razão. Ainda existe, ainda mais aqui, um a torcida que ama ser família e que é família por amar demais.
A gente agradece pela escolha, celebra a opção e oferece nosso melhor serviço: torcer. Como ninguém, como sempre somos. Seja muito, mas muito bem vindo, garoto, que seja uma jornada sem interrupções legalmente imorais, que sejam gols de falta, que seja o melhor do seu futebol. Até porque seu caráter é coisa de craque. Brilhe!