Djalma é nome próprio comum a craques verdes. Santos foi o primeiro que chegou, em 1959, e que brilhou bicampeão do mundo pelo Brasil. Dias foi a família de Djalmas que brilharam intensamente no Palestra – mas não tiveram a felicidade de serem campeões pela Seleção como tanto mereciam; o pai zagueiro da Primeira Academia dos anos 1960. O filho armador do timaço de 1996 que honrou a primeira e a segunda e o DNA dos Dias. Poucos clubes tiveram o privilégio de ter pai e filho da arte jogando tanto. E jogando junto no seletíssimo time de craques que pareciam jogar de fraque e cartola para aplaudir.
Como Aldemar a quem sucedeu no Palestra, Djalma Dias nasceu no Rio de Janeiro. No América começou em 1959, e, no ano seguinte, foi o último campeão carioca pelo clube. Chegou ao Palmeiras em 1963. Logo assumindo um lugar na zaga na remontagem do time que seria campeão paulista. Encerrando um ciclo vitorioso de conquistas santistas.
O primeiro gol de Djalma Dias pelo Palmeiras foi no Dia da Pindura das Faculdades de Direito. Na suada vitória sobre o Juventus. 3 a 2 no Pacaembu. Aos 46 do segundo tempo de 11 de agosto de 1963. Véspera da estreia de Maurice Chevalier nos palcos paulistanos. Coisa fina como Djalma
Com Carabina, formou dupla de zaga eficiente e forte tanto por baixo quanto por cima. Primeiro protegida por Zequinha, e depois por Dudu, foi a base da Primeira Academia, de 1965. Também base da Seleção Brasileira convocada no período. Depois de anular o ataque uruguaio no jogo em que o Palmeiras foi Brasil, no Mineirão (em setembro de 1965), ele foi um dos destaques do 5 a 3 contra a Hungria, no Pacaembu. Em 1966, esse mesmo selecionado húngaro venceria o Brasil na Copa na Inglaterra por 3 a 1. Uma defesa desfalcada por Djalma Dias por motivos nunca bem explicados. Até a vitória por 2 a 1 contra a Polônia, amistoso em junho de 1966, um mês antes do Mundial, ele era titular absoluto da Seleção dirigida por Vicente Feola. Acabou cortado sem motivo.
Em 1967, por conta de longa renovação de contrato, ficou 10 meses sem atuar pelo Palmeiras. Acabou se transferindo para o Atlético Mineiro em 1968, onde voltou a ser titular da Seleção com João Saldanha. Ele foi uma das 11 feras previamente escaladas pelo treinador em 1969. Foi um dos melhores do Brasil 100% nas Eliminatórias para a Copa de 70, quando já atuava pelo Santos, a partir de meados daquele ano.
Em 1971 chegou ao Botafogo. Encerrou a carreira no Operário de Campo Grande, em 1975, por onde atuou uma temporada. Quando atuava na Vila Belmiro, nasceu o filho Djalma como o pai. Djalminha para os íntimos. Craque absolutamente íntimo com a bola. Como é muito próxima e infinita a afinidade da família com o Palmeiras. Em seus 239 jogos pelo clube, Djalma Dias esbanjou categoria, técnica, habilidade. Deixando o legado que o filho honrou com tudo isso.
Djalma Pereira Dias
Rio de Janeiro, 21/08/1939
Rio de Janeiro, 01/05/1990
Zagueiro
Palmeiras, de 1963 a 1967
239 jogos, 2 gols
1 Brasileiro (1967)
1 Torneio Rio-São Paulo (1965)
2 Paulistas (1963 e 1966)