Conhecido como novo rico do futebol nacional, e talvez o único, o Palmeiras não tem medido esforços para montar um time campeão.
A diretoria, juntamente com o aporte do patrocinador, vasculha o mercado, busca os considerados melhores (quase sempre mais caros) em suas posições. Às vezes se indispõe com os rivais por causa da concorrência, considerada injusta por quem não tem tantos tostões para investir.
É amigo… dinheiro não é tudo na vida. O ditado popular se enquadra no momento atual do Verdão. Não basta ter o que gastar. É preciso saber como e onde investir seu dinheiro.
No caso do Palmeiras, contando apenas jogadores do atual elenco e Gustavo Scarpa, foram quase 160 milhões em investimentos que valeram “apenas” dois vices: o Brasileiro de 2017 e o Paulistão de 2018.
Não seria nada demais não fosse o Corinthians o vencedor das duas competições em que o alviverde bateu na trave.
Apesar da diretoria do Palmeiras não divulgar valores envolvidos nas negociações, as cifras foram citadas em reportagens de vários veículos durante ou na confirmação dos reforços.
Borja, que chegou no início do ano passado, foi a contratação mais cara da história do clube. O Verdão desembolsou 33 milhões de reais ao Atlético Nacional para ter o jogador de 25 anos. O colombiano passou o primeiro ano de Brasil sob suspeita e menos aproveitado do que se esperava, já que o técnico Cuca optou por deixa-lo no banco.
Cuca, aliás, pediu uma alternativa para o comando do ataque e a diretoria ofereceu 40 milhões para trazer Richarlison do Fluminense. O negócio não vingou. Mas veio Deyverson.
Desconhecido de muita gente no Brasil, o Palmeiras gastou 18,5 milhões de reais, no meio do ano, para trazer o jogador de 26 anos do futebol espanhol. Em 24 jogos com a camisa do Verdão, Deyverson marcou 7 gols. Média de 0,29 por jogo.
Borja, por exemplo, tem 19 em 58 partidas. E uma média de 0,32. Ainda bem abaixo do que se espera dele. O alento é que em 2018 ele é o goleador da equipe se destacando no Paulistão, onde foi artilheiro, e na Libertadores.
No sistema defensivo foram 25,5 milhões investidos em zagueiros… reservas. Juninho e Luan custaram 10 milhões aos cofres do clube cada um. Para ter Emerson Santos, que assinou pré-contrato no meio do ano, a diretoria desembolsou 5,5 milhões entre luvas e comissões.
Só para constar: Henrique chegou ao rival Corinthians com um custo estimado de 7,2 milhões em salários a serem pagos nos dois anos de contrato. O jogador estava no mercado, após ser liberado pelo o Fluminense.
Outro que veio livre de vínculo, mas com investimento pesado foi Lucas Lima: 50 milhões. O valor envolve salários, luvas e comissões. Sobre o desempenho chega a ser desnecessária qualquer ponderação. O torcedor ainda espera.
Aquisição bem mais modesta, Hyoran chegou ao Palmeiras em 2017 como esperança para o futuro da equipe. Futuro distante pelo jeito. A negociação ficou entre 6,5 e 7 milhões, de acordo com fontes ligadas a Chapecoense. Em sete jogos marcou apenas um gol e encabeça a lista dos que podem ser emprestados para ganhar quilometragem.
Goleiro de seleção brasileira, o Palmeiras precisou de dois milhões de reais para liberar Weverton do Atlético Paranaense. Se esperasse até o mês de maio ele viria de graça. Chegou com expectativa de ser titular e virou terceira opção de Roger Machado, atrás de Jaílson e Prass. Neste período fez uma partida com a camisa do clube, contra o Ituano pelo Paulistão, quando o técnico escalou time reserva. Saldo: a diretoria pagou dois milhões de reais por um jogo.
Aliás, quem brilhou diante do time de Itu (vitória 3 x 0) foi Gustavo Scarpa, autor de dois gols. Encheu os olhos do torcedor, da comissão técnica, diretoria e especialistas. Cinco dias depois teve caçada a liminar que o livrou do Fluminense e, por determinação da Justiça, voltou a estar vinculado ao time do Rio.
Tal qual a operação que trouxe Lucas Lima, os valores envolvidos incluíam luvas e comissões e chegava a 23,5 milhões. Provavelmente agora, se quiser o jogador, o custo ficará ainda mais alto. E quantas vezes você ouviu que “o Scarpa fez uma falta no momento decisivo”?