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Se o Prass não tivesse feito

Se o Palmeiras é campeão, é porque o Prass fez.

Pênalti do título cobrado por Fernando Prass. (Rafael Ribeiro/CBF)
Pênalti do título cobrado por Fernando Prass. (Rafael Ribeiro/CBF)

Você, palmeirense, já parou pra pensar o que teria sido de nós se não fosse por Fernando Büttenbender Prass?

Na fluidez dos rumos do mundo bola, o “se” faz-se presente a todo momento na cabeça do torcedor. Na maioria das vezes, ele aparece para tentar justificar o porquê de, aquela vez, a vitória não ter vindo. Porque, quando ela vem, pouco importa o que teria sido se…

Num exercício de memória, há que se resgatar que Fernando Prass é o responsável por muitos dos “se” que se perderam pelo caminho alviverde. Afinal, se não fosse por ele!

A começar pelo começo. Se ele não tivesse assinado contrato com um Palmeiras que vivia seu pior momento… Topado o desafio de lutar pela recuperação de um gigante totalmente descredibilizado. Chegado para por fim a alguns anos de desconfiança com nossos arqueiros titulares. Ah, se ele não tivesse feito.

Em seguida, em seu início. Se ele não tivesse pegado cada bola que pegou naquela Série B… Sustentado cada time exposto, que o obrigava a fazer dez defesas por partida. Aguentado jogar um campeonato que não condizia com seu tamanho. Ah, se ele não tivesse feito.

No ano vindouro, a mesma história. Se ele não tivesse se machucado e voltado para nos salvar em vários jogos… Suportado uma equipe (desculpa a palavra) fudida. Sujado o uniforme inúmeras vezes naquela assombrosa rodada final. Ah, se ele não tivesse feito.

Enfim, a redenção. Se ele não tivesse defendido aqueles milhares de pênaltis… Pegado de Petros a Gustavo Henrique pra salvar nossa baliza penal. Voado e parado no tempo para impedir o gol de Fred. Tido a coragem de se dirigir a marca da cal. Estufado as redes da nova casa que clamava por um título de boas vindas. Ah, se ele não tivesse feito.

Também, a dor e a glória. Se ele não tivesse brilhado tanto a ponto de ser convocado… Vestido novamente um goleiro do Palestra com a camisa canarinho. Lesionado em seu auge, mas defendido junto ao seu sucessor o pênalti que daria o primeiro ouro ao Brasil. Dado espaço ao brilhantismo e invencibilidade de Jailson. Retornado simbolicamente para nós coroar com o Enea. Ah, se ele não tivesse feito.

Por fim, o final. Se ele não tivesse brilhado e ainda assim sido criticado… Sido endeusado e caçoado pela mesma torcida. Catado mais um pênalti e vibrado já em seus jogos como reserva. Abrido espaço para um novo goleiro sem abdicar do seu lugar como ídolo. Saído de maneira discreta, mas homenageado quando de volta ao seu estádio. Ah, se ele não tivesse feito.

Mas ele fez. Ele fez tudo e mais um pouco, quando tudo parecia impossível e o pouco parecia improvável. Devolveu-nos ao nosso lugar e ganhou o seu entre nós. Marcou época, estádio e torcida. Ganhou títulos, honra e idolatria. Foi maior do que pedimos e tão grande quanto precisávamos. Foi Fernando Prass.

Se o Palmeiras é campeão, é porque o Prass fez.

Se o Prass fizer… o Palmeiras já é campeão!

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