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Só quero esse espírito em Itaquera

Só quero esse espírito em Itaquera

Eu só quero em Itaquera que o Palmeiras jogue e se jogue como Julinho no primeiro Derby do ponta, em 1958. Como Dudu na decisão do Paulista de 1974.

SP-58. Quase sete anos sem vitórias do Palmeiras no clássico. Dez derrotas e cinco empates. Primeira vez que Julinho Botelho atuava de verde contra o Corinthians. Já estava 2 a 0 Palmeiras com 16 minutos. O segundo gol foi dele. Olavo perdera um pênalti defendido por Aníbal. Goleiros palmeirenses defendendo pênaltis no Derby. Ja vimos esse filme. Talvez irritado por isso, o zagueiro alvinegro atingiu Julinho tão feio no final do primeiro tempo que o ponta-direita só voltou a campo na segunda etapa. E com apenas 8 minutos. Ele ficou desacordado mas voltou para ainda dar um passe pro terceiro gol e acabar, junto com Chinesinho e Paulinho, com o jogo.

Na época não se permitia substituição no Paulista. Também porque Julinho já era e seria insubstituível para sempre.

Paulista de 1974. Agora o tabu era deles. Mas não de vitórias no Derby. De títulos, mesmo. Eram 20 anos sem conquistas. Seriam 21 ao final do clássico no Morumbi. 1 a 0 Palmeiras. Gol de Ronaldo, aos 24 minutos do segundo tempo.

Quatro minutos antes, falta da meia direita pro Corinthians. A patada atômica de Rivellino na cobrança. Dudu na base da barreira vê Lance livre e orienta Alfredo na zaga. Enquanto isso a bola parte como bala e ricocheteia na bochecha de Dudu. O Bom Velhinho desmaia na barreira.

Ele acorda com o treinador Brandão mandando levantar sem frescura com um chumaço de algo forte no nariz. Dudu não tem dúvida. Nova falta na sequência para Rivellino. Dudu na base da barreira. O árbitro Dulcídio Wanderley Boschillia chama a atenção do camisa cinco verde: – Sai daí, Velhinho. Você vai morrer se ficar aí.

Dudu bateu o pé e quis ficar. Só saiu por insistência do árbitro.

Mais alguns minutos e o Palmeiras fez o gol que deixou o Corinthians mais um ano na fila. De fato seriam mais dois. E seriam tantos mais se mais espíritos como Dudu e Julinho estivessem entre nós. Mais craques como eles jogassem por nós.

Eu nem peço para que no sábado o time jogue tanto como eles jogaram. Só quero que se joguem como eles sempre se doaram por nós.