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Sorte? Palmeiras 3 x 0 Libertad

O Palmeiras encorpou. Melhorou mesmo tão desfalcado e com três treinadores diferentes em 2020. Mas é só "sorte". Os rivais é que deram azar

Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras
Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras

O time que pela terceira vez seguida teve a melhor campanha da fase de grupos teve sorte no chaveamento: fez 8 a 1 contra o Delfin, e 4 a 1 no Libertad. Único invicto na Libertadores. Um dos três brasileiros que mais disputaram o torneio é um dos que mais jogos venceu na competição (junto com o Gremio), mais gols marcou entre os brasileiros, mais vitórias conseguiu como visitante.

Mas é apenas “sorte” ele ter chegado pela oitava desde 1961 vez até a semifinal – onde se esperava o maior favorito e atual campeão que não chegou por cair prematuramente para o Racing (em sua segunda pior campanha inicial no Argentino(. É apenas “sorte” ele ter se classificado líder de um grupo onde o maior rival não chegou por ter sido eliminado na fase preliminar do torneio. É só “sorte” ele seguir adiante em um torneio em que um tricampeão que segue muito firme em outras frentes perdeu na altitude e foi eliminado na fase de grupos, e caiu no primeiro confronto da Sula.

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O Palmeiras encorpou. Melhorou mesmo tão desfalcado e com três treinadores diferentes em 2020. Mas é só “sorte”. Os rivais é que deram azar em pegar uma rota de grandes rivais pelo caminho desfeito…

O brasileiro diplomado ou não segue desprezando a história e desrespeitando quem tem. Todo semifinalista não chega por acaso. Todo campeão é respeitável – não necessariamente admirável.

Fazer a melhor campanha da fase de grupos depende também do nível dos rivais. Pela terceira vez seguida não é só sorte. Até por não ser apenas assim que se faz um vencedor: em 1999, o campeão da Libertadores, além de chegar ao mesmo tempo na final do Paulistão e na semifinal da Copa do Brasil, enfrentou na fase de grupos o maior rival que era campeão brasileiro e seria bi no final daquele ano, o bicampeão da América (Olímpia), e o Cerro Porteño; nas oitavas eliminou o Vasco campeão da Libertadores do ano anterior; depois passou pelo Corinthians mais uma vez; ganhou de um grande River Plate para ser campeão contra o bom Deportivo Cáli.

Sorte de campeão? Não. Apenas um campeão que venceu até o chaveamento cruel de uma das rotas mais difíceis para um campeão da Libertadores.

Mas isso pouco importa. Agora e sempre, pela tábula rasa de quem só olha a tabela que nem sempre é profunda.

O Palmeiras que só sabe vencer sem levar gols no Allianz Parque desde a saída de Luxemburgo joga bem com a sua sorte. Mesmo sem Luiz Adriano, Wesley, Felipe Melo e Patrick de Paula, e com Zé Rafael no banco para Gabriel Menino chegar mais por dentro como no terceiro gol, o time de Abel foi superior quase todo o jogo.

Sofreu aos 13 a primeira das duas chances paraguaias, muito bem defendida por Weverton. Mas depois se assentou. Aproveitou a segunda chance no tiro longo de Scarpa e abriu o placar e a vantagem considerável. Recuou demais. Explorou pouco o contragolpe. Mas só sofreria mesmo mais um lance perigoso na segunda etapa, quando Marcos Rocha recuou mal uma bola, mas salvou o gol certo como se fosse Zé Roberto em 2016 em Araraquara.

Época em que se questionava tudo do Palmeiras. Menos as inegáveis qualidades do time de Cuca. Agora como este de Abel está mesmo atuando bem, criando 12 chances como fez contra o Libertad (e não só por ter um a mais antes da expulsão de Piris, aos 19 finais), parece ser norma do manual de redação procurar algo para minimizar o feito.

O River – muito provável rival – chega como favorito para o confronto pelo que faz na América nesta década, e pelo que ainda joga. Mas o Palmeiras está bem melhor do que eu imaginava. E com requintes de qualidade como a saída de jogo de Danilo, a fase de Roni de centroavante (marcou mais um e ainda deu a sétima assistência na Liberta), Scarpa reencontrando seu jogo, Veiga dando um pé atrás e também chegando à frente, a defesa mais sólida e protegida.

Se é fato que os rivais não são aqueles (como também não foram outros brasileiros os de sempre na Libertadores), também não se nega a evolução do time. O bom futebol. As alternativas técnicas. O jogo mais fluido e equilibrado com Abel e o que já vinha fazendo Cebola.

Um Palmeiras mordendo mais os rivais. E alguns se mordendo por isso como se fossem rivais.

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