Semifinal do SP-78. Faltavam três minutos para o Palmeiras se classificar para a decisão contra o Santos. A torcida cantava a versão brasileira de CIELITO LINDO: “ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora”. Canção padrão de celebração de vitória ou título no futebol brasileiro.
Daí Getúlio cruzou e Serginho Chulapa fechou os olhos e cabeceou de nuca no ângulo de Gilmar. Palmeiras eliminado pelo dono do Morumbi.
Já achava errado antes daquele Choque-Rei . E nunca cantei depois.
Os lambe-lambes pela cidade antes da vitória contra a Chapecoense na BR-16 eu também não gostava. Os da foto. Mas deram tão certo quanto o enea.
Mas eu curti o Allianz Parque no final dos 3 a 0 contra o Fluminense contando que a hora está chegando. E deve chegar na próxima semana, contra o América. Não conquistamos a América como era possível. Mas dá para ganhar pela décima vez o Brasil na semana que vem.
Porque dificilmente nos achamos. Logo, por isso dificilmente nos perdemos. Não porque também nisso somos melhores. Mas porque somos pessimistas. Ou realistas demais. Quase adeptos do já-perdeu. Ou já-cornetamos.
Se está 9 x 0, queremos 10. Se perdemos por um, que percamos por mil.
Não gosto de cantar vitória antes. Gol, muito menos. Mas a hora está chegando. E como ninguém está chegando perto agora, e em títulos desde 2016 estamos sozinhos, quem canta os malas espanta. E os males espanca.
Como diria um amigo que hoje aniversaria, eu vou soltar a minha voz. Não agora. Mas está muito perto. Porque outros nos entregaram a partitura e a rapadura. E nós soubemos levar de vencida e mostrar que de fato é.
Reclamações no SAC da CBF.
Mas só por fax.