Eu me lembro como se fosse hoje. Estava em Florianópolis ainda na ressaca da virada do ano de 2014 para 2015 quando abri os principais portais esportivos e me deparei com a notícia de que o nosso maior rival estava praticamente fechando a contratação do atacante Dudu.
Até então, a única coisa que me preocupava era a lentidão da diretoria do Palmeiras para anunciar novas contratações, já que o clube vinha de um final de ano desastroso. Se dinheiro não era o problema, será que vamos continuar sofrendo com times inferiores aos dos nossos rivais? Esse era o único transtorno que me perseguia.
Naquela época, Dudu não tinha esse tamanho todo. Havia feito bons jogos no Grêmio, mas nada que o transformasse em um craque. O investimento não era proporcional ao seu futebol, pelo menos não era.
A semana passou, e de volta a São Paulo, acordei em um domingo com a notícia de que Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, havia dado um chapéu em Corinthians e São Paulo e que Dudu era jogador do Palmeiras.
A partir desse dia tudo mudou. O Palmeiras praticamente arrancava os aparelhos que o mantinham na UTI do futebol brasileiro e saia do hospital de pé, correndo, pronto para voltar as glórias e levantar a auto-estima da torcida que mais cantava do que vibrava nos últimos tempos.
Desde que chegou, Dudu demonstrou uma grande identificação com o clube e com a torcida. O ‘Baixola’ se tornou gigante ao marcar os dois gols na final da Copa do Brasil de 2015 e ser ao lado de Gabriel Jesus e Moisés, os grandes nomes do título brasileiro de 2016.
Neste sábado (30), novamente contra o Santos no Allianz Parque, Dudu vai completar 150 jogos com a camisa do Palmeiras. O time da Baixada é o rival preferido de Dudu. Em 11 jogos, foram 3 gols e uma assistência.
A aposta que virou capitão, e jogador de seleção, tem uma importância indiscutível para o time. Dudu é um torcedor dentro de campo, é uma mistura de Edmundo com Galeano. E isso dinheiro nenhum no mundo compra.
O camisa 7 nesses 149 jogos tem 34 gols marcados, sendo que 20 foram no Allianz Parque, número que o coloca como o maior artilheiro do novo Palestra Itália.
Dudu soma momentos inesquecíveis em clássicos e se tornou ídolo da torcida por sua entrega e poder de decisão nos grandes jogos.
O contrato do camisa 7 com o Verdão se encerra somente no final de 2019. Apesar de alguns clubes da Europa terem demonstrado interesse no seu futebol, o atleta já afirmou dezenas de vezes que quer ficar no Palmeiras, que segundo ele, “é o clube que eu e a minha família amamos”.