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Titular na volta contra o River Plate em 1999, Agnaldo elogia Gallardo e alerta Palmeiras: 'Não pode achar que já ganhou'

Hoje técnico de futebol, ex-zagueiro do Verdão ressalta que qualquer vacilo pode arruinar o emocional de times em jogos grandes e afirma que comandante dos rivais argentinos é melhor treinador do continente

Agnaldo celebra durante homenagem com seus companheiros de 1999 (Foto: Divulgação/Palmeiras)
Agnaldo celebra durante homenagem com seus companheiros de 1999 (Foto: Divulgação/Palmeiras)

Nesta terça-feira (12), o Palmeiras tem pela frente o duelo de volta diante do River Plate pela semifinal da Libertadores 2020. No passado, o Alviverde Imponente e os Millionarios de Buenos Aires também decidiram uma vaga para a final da Libertadores, em 1999, na campanha que acabaria consagrando a primeira conquista do Verdão no torneio. Naquela ocasião, um personagem improvável acabou sendo um dos componentes da equipe que faria história no jogo de volta e derrotaria os argentinos por 3 a 0 no Palestra Itália: Agnaldo.

O ex-zagueiro era reserva da equipe de Luiz Felipe Scolari. Contudo, devido aos desfalques de Cléber (lesionado) e Júnior Baiano (suspenso após expulsão na derrota por 1 a 0 no jogo de ida), Felipão precisou recorrer ao suplente para tentar dar conta do recado. A situação foi semelhante à que ocorreu com o defensor Alan Empereur na última terça-feira (5) em Buenos Aires, quando ele precisou substituir o titular Luan, que virou desfalque por causa de dores na lombar.

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Em entrevista concedida ao NOSSO PALESTRA, Agnaldo falou sobre a missão de sair do banco e assumir a titularidade em uma partida de tamanha dificuldade, e comentou a atuação de Empereur, que também entrou na mesma ‘fogueira’:

– A escolha do Felipão pela minha presença no jogo foi pela confiança no que eu vinha desenvolvendo na Copa do Brasil, torneio em que eu era titular, pois a gente jogava com o grupo alternativo nas outras competições. Nessas horas, (o jogador) tem que estar preparado. Na hora que você está numa decisão como essa, fazendo parte do grupo, você tem que saber que a qualquer momento você pode entrar. Se houve a contusão do Luan e o Alan foi chamado, é porque há confiança, todos o conhecem. E ele deu conta do recado, foi altamente positivo para que todos saibam que o Palmeiras não se resume a um ou outro jogador, mas sim a um grupo e, para ganhar a Libertadores, tem que ser com o grupo.

Esquadrão do Verdão de 1999. Agnaldo é o terceiro jogador de linha na fileira superior, da esquerda para a direita, ao lado de César Sampaio (Foto: Divulgação/Palmeiras)

O ex-zagueiro, que após pendurar as chuteiras se tornou um técnico de futebol, rasgou elogios ao seu hoje colega de profissão, Marcelo Gallardo. Os dois se enfrentaram naquela semifinal em 1999 e Agnaldo também exaltou a qualidade que o argentino tinha como jogador:

– Primeiramente, eu considero o Gallardo o melhor treinador sul-americano, disparado. Ele tem o respaldo e a confiança de todos, tem o grupo na mão, e a estratégia dele é de uma dificuldade enorme de ser batida. Como jogador, era muito ágil e inteligente, contra ele você não podia piscar, e tinha que estar muito bem fisicamente.

– Eu havia me preparado para aquela situação. Quando eu vislumbrei a oportunidade, porque o Cléber estava machucado e alguns defensores tomaram cartões, eu comecei a me preparar, até pedia para o Felipão me deixar fora de algumas partidas e concentrações para que eu pudesse treinar e me preparar mais, porque poderia aparecer alguma oportunidade. Quando ela veio, eu estava muito bem fisicamente e isso facilitou a minha experiência para ajudar dentro de campo, não só fisicamente, mas também com organização e comando.

Agnaldo já foi técnico da equipe sub-23 do Vitória (Foto: Letícia Martins/EC Vitória)

Por fim, o campeão de 1999 relatou um causo pessoal que viveu como treinador para alertar que, mesmo que o Verdão já tenha conseguido um placar bastante favorável no primeiro jogo, nunca se pode considerar que o duelo está vencido antes do apito final:

– Eu tive uma experiência em uma semifinal na qual eu estava dirigindo o Atlético-BA; minha equipe jogou contra o Juazeirense, fora de casa, e venceu por 4 a 1. No jogo da volta, saímos perdendo por 2 a 0 e sofremos uma penalidade nos acréscimos, que, caso fosse convertida, levaria à disputa de pênaltis, mas o adversário acabou não marcando o gol e fomos à final. No entanto, ficamos por um fio e quase deu tudo errado naquele momento.

– Quando se joga contra qualquer equipe de alto nível pode acontecer um revés, porque um jogo grande mexe muito com o emocional. Tomar um gol do River pode levar ao segundo, e aí você entra em desespero. A estratégia é saber que não deve haver o clima de ‘já ganhou’, pois os argentinos são muito perigosos e sabem jogar muito bem fora de casa.

Diferentemente da semifinal da primeira e única conquista do Verdão na Libertadores, desta vez o Palmeiras enfrenta o River Plate em São Paulo com um resultado favorável e precisando apenas não perder por mais de dois gols de diferença em seu próprio estádio. A bola rola no Allianz Parque às 21h30 e quem se classificar enfrentará o vencedor de Santos x Boca Juniors, no Maracanã, em 30 de janeiro.

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