A Mancha Alviverde, uma das torcidas organizadas do Palmeiras, se posicionou nesta terça-feira (22) a respeito do trabalho do técnico Cuca em sua página oficial no Facebook. A nota oficial critica o trabalho do treinador e pede sua saída, utilizando como base números e informações extraoficiais.
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Confira na íntegra o manifesto e, na sequência, a opinião a respeito dos colunistas do NOSSO PALESTRA.
“FORA, CUCA
Infelizmente, um grande líder não pode se omitir em momentos importantes, deve mostrar sua opinião e agir. O pior erro de um ser humano é se esconder, se apequenar, e essa nunca será a postura da MANCHA.
O velho jargão se faz necessário:
“Futebol é resultado”
27 jogos
13 vitórias
5 empates
9 derrotas
54% de aproveitamento
- Eliminado na Copa do Brasil
- Eliminado na Libertadores
- Time em franca decadência no Brasileirão
Ou seja, além do trabalho não ter rendido frutos, algumas incoerências mostram que o treinador se perdeu na gestão do elenco e planejamento do time:
– Quando Cuca chegou, disse que o elenco era mais qualificado que 2016, mas que o time titular era pior.
– A imprensa noticiou que Raphael Veiga, Hyoran e Keno foram contratados ainda em 2016 com a aprovação do Cuca. Quando ele retornou, disse que não tinha participado das indicações. Não deu chances para o Hyoran e poucas para o Raphael Veiga.
– Quando o Mayke conseguiu uma sequência e não comprometeu, foi sacado e não voltou mais, mesmo Jean estando mal fisicamente e não mostrando nada do jogador que já mostrou ser outrora.
– Reclama da falta de semana cheia para treinar, mas quando tem a semana livre, dá 2 dias de folga e alguns rachões.
– Disse que o Guerra não tinha condições físicas de aguentar nem 45 minutos contra o Barcelona, mas 3 dias depois o mesmo jogou 80 minutos contra o Vasco. E ainda, em entrevista Guerra disse que avisou ao treinador que estava preparado para jogar na Libertadores.
– Insistiu e teimou com o Tchê Tchê no time, mesmo não apresentando futebol para isto. Inventava Tchê Tchê no meio ou na lateral, mas não o sacava, mesmo comprometendo.
– Demorou para ter coragem de barrar o Fernando Prass e colocar o Jailson para jogar.
– Indefinição durante o ano para formar uma dupla de zaga titular, ora era Mina e Edu Dracena e do nada era Mina e Luan.
– Erro crasso no jogo de volta contra o Barcelona. Era o mais importante do ano e entrou com 4 atacantes e nenhum meio campista para armar. Sendo que no banco deixou o Guerra e o Moisés. Perdemos a classificação no primeiro tempo. E olha que tivemos o tal “tempo de treino” em Atibaia.
– Insistência com Egídio e, somente depois das eliminações, resolve colocar o Michael Bastos para ter sequência. Sendo que todos sabemos que o Michael Bastos tem problemas extra-campo que o próprio Cuca não aceita.
Além das incoerências, temos a falta de vontade eminente e latente em cada entrevista do Cuca. Não é possível entender como um técnico vencedor e com garra que sempre se mostrou ser o Cuca, pode estar tão abatido. Seu discurso de “vou até o final” só nos mostra ainda mais a falta de sintonia entre ele, diretoria e presidência.
Não somos reféns de treinador algum.
Obrigado pelo título de 2016, você já está na história.
Assim como Felipão e Luxemburgo, que entraram para a história com títulos importantes e mesmo assim foram demitidos do Palmeiras por campanhas medíocres como a desse ano.
Obrigado pelo Brasileiro de 2016, mas o trabalho não está caminhando e nem dá mostras de que vai caminhar! O jogo contra a Chapecoense foi uma prova disso. Defesa perdida, entramos com 2 meias, mas mal criamos chances de gol. Tudo isso contra um time que acabara de voltar do Japão!
O momento atual, somado ao desânimo apresentado por você, nos leva a crer que é melhor sair agora do que esperar dezembro chegar, e acabarmos perdendo, inclusive, a classificação para a Libertadores 2018.
E por final, presidente Mauricio Galliotte: você vem perdendo oportunidade atrás de oportunidade de mostrar que é um presidente.
Passou da hora de tomar atitude e não deixar o barco à deriva.
Se o treinador insiste em dizer que já pediu demissão algumas vezes, então o demita.
Não seja covarde, o pior é aquele que erra por omissão.
Você vem sendo omisso em momento de crise. Não se posicionando, não dando a cara.
Quanto ao elenco, estamos de olho nos chinelinhos e descomprometidos, e cobraremos do nosso jeito.
As pessoas passam. O PALMEIRAS fica.”
Comentários dos colunistas do NOSSO PALESTRA:
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Mauro Beting: “Cuca não está sendo feliz e não está feliz como nos fez em 2016. Mas merece crédito e mais tempo para acertar a mão que não está dando certo. Fecho com Cuca.”
Alex Müller: “Democraticamente respeito o posicionamento da diretoria da Mancha, já que muitos integrantes da torcida organizada talvez não pensem assim. No entanto ainda vejo que o Cuca pode, juntamente com o elenco, recuperar o bom futebol e cumprir a obrigação de levar o time à Libertadores do ano que vem.
E me baseio também nas conversas que tive com o próprio treinador, que me garantiu que o relacionamento com o grupo é ótimo, e com o presidente, que demonstrou convicção na continuidade do trabalho.
E como não há nenhum ‘Cuca’ da época de Eduardo Baptista no mercado, que acreditemos na capacidade que ele já demonstrou ter.
Mas é claro que a partir de agora a evolução precisa ser vista para evitar que eu mude de opinião.”
Victor Martins: “O trabalho de Cuca tem de ser amplamente questionado, e isso mesmo desde o ano passado, quando jogou um futebol de resultados sem apresentar algo vistoso e de ampla qualidade. Sua tática se vale de superstições e apegos religiosos. Não vejo como o técnico pode agregar qualquer valor à equipe de uma hora para outra. O problema é que cai no clichê ‘ruim com ele, pior sem ele’, porque não há um nome disponível no mercado capaz de pegar o time e manter a meta da Libertadores — que é a única que resta — sem estar numa zona de alto risco de não alcançá-la.”
Marcelo Mendez: “Eu acho complicado demais defender a permanência de um treinador que depois de uma desclassificação de Libertadores, afirma ter chegado ao limite de suas capacidades restando 17 rodadas de um campeonato a ser disputado. Isso me parece óbvio. O próprio profissional decretou o fim do seu ciclo de trabalho. Essa situação precisa ser definida.”