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Tristeza não tem fim

Tristeza não tem fim

Quando Biguá aposentou as chancas rubro-negras nos anos 50, ele as entregou ao jovem Carlinhos. O futuro violinista no gramado do Flamengo que as pendurou presenteando ao jovem Galinho Zico nos anos 60. Nesse ritual de chuteiras imortais rubro-negras, há 29 anos o maior de todos do Maracanã deu as do menino de Quintino ao jovem Pintinho para que continuasse a dinastia.

Não rolou. Pintinho não foi. Como a maioria que sonha. Como os que estavam no Ninho do Urubu nesta tragédia que levou quase um time inteiro de sonhos. Os que ainda meninos já podiam dizer que o Flamengo era lar. Berço de novas carreiras. Trampolim mágico para outra vida até para os pais. Sonho real de crianças que ainda eram. Pra sempre serão no Rio de Janeiro de tragédias de água e fogo. De administração flagelada dos governos de São Sebastião à tromba d’água infernal de São Pedro. Das ciclovias que desonram Niemeyer aos descaminhos que nos levam a perder a fé como famílias perderam os filhos. Tempo de abraçar esses pais como se todos nós fôssemos essas crianças.

Quem não sonhou ser jogador de futebol? Milhões. Quem não sonhou ser jogador do Flamengo? Mais do que todos. Quem tinha o privilégio de morar num CT de excelência, provavelmente melhor do que o próprio lar, e numa Disneylândia de segunda a segunda, não conseguiu acordar.

Tristeza não tem fim. Felicidade?