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Vitória do Palmeiras mostra que eficiência pode substituir posse de bola

O jogador Marcos Rocha, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogador Soteldo, do Santos FC, durante partida valida pela quinta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, no Estádio do Pacaembu.
O jogador Marcos Rocha, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogador Soteldo, do Santos FC, durante partida valida pela quinta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, no Estádio do Pacaembu.

Foto: Cesar Greco

Fui o repórter escalado para cobrir o Palmeiras na vitória por 4 a 0 sobre o Santos pelo Esporte Interativo na TNT, estando no gramado do Pacaembu. Quando vou falar sobre as estratégias de jogo, sempre afirmo: não existe certo ou errado, mas o que funciona o que não funciona com as peças que se tem. O Palmeiras tem provado isso com a sua invencibilidade histórica de 28 jogos em campeonatos brasileiros, já que varia a forma de jogar de acordo com o adversário ou momento da partida. No último texto do blog, que você pode ler clicando aqui, fiz um raio-x de como funciona o Palmeiras dessa marca me baseando em dados, análises e performances, quebrando com isso alguns mitos como “time retranqueiro”, “time que não gosta da bola” e por aí vai. Contra o Santos, no último sábado, Felipão e seus comandados mostraram que eficiência pode substituir posse de bola.

APROVEITAR BEM O QUE SE CRIA NA FRENTE GERA OS RESULTADOS ATUAIS

O encaixe alviverde depois dos três dias de folga e 12 dias de treinamento gerados pela eliminação no Paulistão é suficiente para explicar resultado como a goleada sobre o Santos. Deixando de lado o empate por 1 a 1 contra o CSA, em Maceió, quando dez reservas estiveram em campo junto com Deyverson, o Palmeiras disputou outras seis partidas e não sofreu gol em nenhuma delas, enquanto o setor ofensivo, criticado antes da pausa, marcou 16 gols em seis partidas. Tudo isso por conta de um fator: eficiência. Antes da eliminação, o elenco alviverde pecava demais no quesito ofensivo, principalmente no Paulistão, contra adversários frágeis, como se pode ver em análise que publiquei clicando aqui. No Paulistão, em 16 partidas, a média foi de 33,3% de finalizações no gol, balançando as redes 19 vezes. Contabilizando esse recorte de seis jogos após a eliminação no Estadual, a média de conclusões corretas subiu para 47%, tendo a impressionante eficiência de marcar 16 gols com incríveis 10 jogos a menos em comparação ao Campeonato Paulista.

PALMEIRAS 4 X 0 SANTOS – POSSE? CONTRA-ATAQUE E BOLA PARADA DERAM O TOM

Diante do Santos, no Pacaembu, o Palmeiras teve a menor média de posse de bola contra um adversário dentro dos 28 jogos de invencibilidade recorde em campeonatos brasileiros: 35,5% de posse de bola. Porém, foi o melhor placar, junto com Palmeiras 4 x 0 Fortaleza e Palmeiras 4 x 0 América-MG. Caso queira acompanhar o recorte dos melhores momentos produzido pelo Esporte Interativo no Youtube, vou deixar o link abaixo, assim como breve análise dos lances que surgem na tela, em ordem, para que você entenda como a eficiência pode substituir a posse de bola:

https://youtu.be/NMEfBnwltEI

1º tempo:

1 – BOLA PARADA > Falta cruzada na área e gol na bola aérea: (1 a 0)
2 – BOLA PARADA > Lançamento de Marcos Rocha na área, Deyverson dá casquinha, Zé Rafael se antecipa e aparece batendo na trave: (jogada ensaiada)
3 – CONTRA-ATAQUE > Roubada de bola de Zé Rafael, passe para Dudu e Deyverson se antecipa completando de carrinho: (2 a 0)
4 – BOLA PARADA > Raphael Veiga bate falta forte e Vanderlei vai buscar.

2º tempo:

5 – CONTRA-ATAQUE > Palmeiras rouba na velocidade, Dudu dribla marcador e arremata para fora.
6 – CONTRA-ATAQUE > Raphael Veiga dispara pelo meio, arrisca de fora da área, a bola desvia no marcador e entra: (3 a 0)
7 – CONTRA-ATAQUE > Zé Rafael rouba uma bola no meio-campo, passa para Dudu em velocidade, que dribla seu marcador e finaliza para grande defesa de Vanderlei.
8 – BOLA PARADA > Lançamento de Weverton para Hyoran, nas costas da linha de zaga, que bate para defesa de Vanderlei.
9 – CONTRA-ATAQUE > Grande passe de Marcos Rocha para Dudu, da defesa para o ataque, que dispara e dá assistência para Hyoran marcar: (4 a 0)

Alguma dúvida de que a eficiência fez a diferença, dada a estratégia de pressionar no campo de ataque, roubar bolas, pegar a defesa santista desprevenida e, principalmente, ter o recurso da bola parada bem treinado para criar situações de gol? Nenhuma. A posse de bola não fez falta e talvez nem funcionaria contra uma equipe como a do Santos. Repito: não existe certo ou errado, mas o que funciona e o que não funciona para cada elenco e partida. Para o Palmeiras, diante do Santos, funcionou a ausência da posse muito por conta da sobra da eficiência recuperada após a eliminação no Paulistão.