Melhor em campo na derrota por 2 a 0 para o River Plate na última terça-feira (12), no jogo que colocou o Palmeiras de volta a uma final de Libertadores após 21 anos, o goleiro Weverton concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (14), na reapresentação do elenco alviverde na Academia de Futebol.
Entre tantos assuntos, o paraense rechaçou o título de melhor goleiro do Brasil, também afirmou que não quer usar a 12 de São Marcos mesmo em caso de título da Libertadores, falou sobre a volta ao Maracanã após o ouro olímpico e a idolatria da torcida alviverde demonstrada nos últimos dias. Confira como foi a coletiva do camisa 21 palmeirense:
Melhor goleiro do Brasil?
– Goleiro sempre trabalha para viver momentos bons. É uma posição difícil. Não dá pra achar que está tudo bem toda hora. É difícil dizer que sou o melhor do país. Mas é muito especial ver meu nome na mídia falando que sou o melhor. Importante pra mim e para o Palmeiras. Só me dá mais forças para seguir trabalhando.
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Abraço em Abel Ferreira
– Aquele abraço é de dever cumprido. A gente tinha uma missão e cumpriu. Abraço de agradecimento. Aquele abraço não representa só ele, mas abraço de todos os jogadores, palmeirenses e envolvidos na partida. Foi um abraço de “conseguimos”. Foi de alívio. Meu irmão falou que queria me dar aquele abraço que o Abel me deu.
Evolução com Abel
– O Abel é um cara que eu admiro por muitos aspectos. Muito profissional, muito positivo. A positividade dele me impressiona. Sempre muito concentrado. Nada mais importa pra ele a não ser os 90 minutos, “nas vossas tarefas”, como ele gosta de falar. “Baliza a zero”. Isso tem mexido muito particularmente comigo. Se a gente não sofrer gol, metade do caminho está feito e ele veio para complementar isso. Temos aprendido muito com ele. Não só pelo dia a dia em campo, um cara que tem motivado a todos, colocado todos para jogar. Treina os 30 jogadores da mesma forma, do mesmo nível. Está fazendo um grande trabalho e a gente está muito feliz. A gente deve muito desse momento a ele.
Rogerião e a nova preparação de goleiros
– O Rogério (novo preparador de goleiros), fiquei muito feliz com a chegada dele, apesar da saída do Oscar, que teve sucesso aqui. O Rogerião é um cara que já foi campeão de Libertadores, Copa do Brasil. Tem acrescentado muito na minha carreira, me fez melhorar como profissional. Ele e o Talles são caras que têm feito eu crescer muito. Quando temos um trabalho de alto nível no dia a dia, isso reflete no campo. Rogério é um cara sensacional, a gente está muito feliz com o desempenho de todos os goleiros.
Sufoco contra o River
‘Quando a gente fez 3 a 0 lá, sabíamos que não tinha nada ganho. Agora você imagina um time que vai vir jogar, se atirar com qualidade. River joga junto há seis anos. Todos de alto nível. Era óbvio que teríamos dificuldade. Tomamos um gol de bola parada, depois perdemos o Gómez, naquele momento que era necessário ter um líder positivo dentro de campo. Sofremos, mas Libertadores não tem nada fácil e estamos na final, isso que mais importa. Vamos tentar corrigir os erros e tentar melhorar. Mas tem o lado positivo de ter passado dessa maneira, pois vamos para a final 100% focados de não cometer alguns erros.
Aceita a 12 do Marcos?
– Eu sempre disse que é um orgulho imenso vestir essa camisa. O Palmeiras sempre teve tradição com goleiros. Aí, de repente, você vê o Marcos, seu ídolo, oferecer uma camisa que foi histórica e representou muito… Chega a ser emocionante. Nunca imaginei isso. Eu amo muito ele! Por tudo o que ele fez vestindo essa camisa. Uma vida inteira dedicada ao clube. Nada mais que justo a 12 ser eternizada para sempre. Goleiro nenhum deveria usar. Meu maior desejo é aposentar a 21 e olhar pra ele e falar: “fizemos história juntos”.
Já é ídolo?
‘Não me considero ídolo, isso a gente deixa pro torcedor julgar. Tem jogador que nunca ganha nada e se identifica com a torcida, e tem gente que ganha tudo, mas não tem essa identificação. Só gostaria que o torcedor soubesse que eu sou um cara que amo vestir essa camisa. Amo estar no clube e defendê-lo em campo. Eu não faço gol, mas estarei sempre trabalhando para tentar salvar lá atrás. Que essa é a minha função.
Volta ao Maracanã, palco do ouro olímpico
– Vivi um momento muito especial na minha vida dentro do Maracanã. Talvez isso que me fez estar aqui hoje e de chegar na Seleção principal. Foi através daquele ouro. Voltar ao Maracanã é difícil de explicar. Que a gente tenha o mesmo final feliz. Sabemos o quanto vai ser difícil, mas estamos lá. E se estamos lá, podemos sonhar. Nesses 16 dias que temos até a decisão, eu vou me preparar muito, viver esse momento, para que Deus possa dar essa grande alegria para gente. Algo que jamais sairá da minha lembrança e dos torcedores.
Final de Libertadores diante de um rival
– É diferente em tudo, duas grandes equipes que fizeram muito por merecer. É a valorização do futebol brasileiro, a força do futebol paulista. Eliminamos dois grandes rivais do continente. Não chegamos até aqui por acaso. A gente está muito feliz por esse momento e o Santos também tem muitos méritos e grandes jogadores. Esperamos sair do Maracanã com esse título. O quanto o Santos tem mérito de chegar, grandes jogadores. Mas vamos em busca de fazer o melhor jogo da nossa vida. Os 90 minutos das nossas vidas, que possamos ter um dia inspirado.
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