Primeiro tempo medíocre de duas camisas poderosas e equipes candidatas ao título. Com enorme boa vontade, um cruzamento perigoso de Pavón aos 44, e uma finalização displicente de Lucas Lima na sequência. E mais nada. No máximo duas bolas cruzadas perigosas que passaram longe de Jailson e Rossi. Mais nada. Ou apenas a proeza de Felipe Melo logo no início do jogo, quando sofreu uma falta e conseguiu levar um amarelo por uma pernada despropositada.
Segunda etapa, nem clima de Libertadores na torcida que se encheu mesmo enchendo o Allianz Parque com preço proibitivo. Roger trocou Borja em uma de suas piores jornadas (também por ser largado por um time que errava passes como ele e tinha dificuldade para criar e se aproximar como Dudu) por Willian. Lucas Lima seguiu em lugar incerto e não sabido até a entrada de Moisés, aos 21. A bola pelo menos foi mais chutada à meta de Rossi, ainda que a grande chance tenha sido uma isolada de Bruno Henrique na cara do goleiro.
O jogo era pavoroso mesmo com a entrada de Tévez, aos 23, fora de forma e de ritmo. Retrato acabado de uma partida que só escaparia do empate sem gols e sem futebol se houvesse alguma falha horrenda. Como aconteceu aos 44. Bisonhice de um chute mal dado pelo zagueiro argentino sobrou para Guerra (que substituíra Bruno Henrique) dar de efeito para Keno marcar o gol que merecia pela luta até para desarmar, e pelo único lance digno de Palmeiras e Boca, quando enfileirou uns cinco até Willian não conseguir concluir, aos 37.
A festa no Allianz era merecida para a torcida que fez a dela. Não pelo futebol que não fez por onde. Ganhou um gol o Palmeiras que daria de volta aos 47. Quando o melhor da frágil dupla de zaga voltou a falhar feio, Pavón escapou de Antonio Carlos e tocou para área para Carlitos empatar o clássico.
Para o palmeirense pareceu 0 x 1. Ou mesmo 0 x 2 pelo autor do gol. Para o futebol pareceu um zero a zero com gols pelo baixíssimo nível técnico e de emoções. Para a tabela não muda muito.
Mas ficou que era mesmo melhor para o palmeirense ter terminado como começou. A frustração foi quase tão pesada quanto a de domingo.
O Palmeiras foi Keno. Do nada deu uma alegria imensa. O Palmeiras foi Lucas Lima. Pouco fez para ter melhor sorte.