Campeão da Libertadores, Abel Ferreira demonstrou durante toda a campanha, especialmente na final, sua capacidade de se adaptar ao adversário. Dessa forma, planejou perfeitamente o jogo e anulou os pontos fortes do Santos. Essa adaptabilidade português será seu maior trunfo no Mundial de Clubes.
Na decisão contra o rival da Baixada Santista, Abel Ferreira sabia sua missão: impedir que Marinho e Soteldo recebessem a bola no mano a mano e com espaço para acelerar, além de não dar liberdade para Pituca criar. Afinal, em uma final de jogo único, sair atrás no placar representaria se expor ao contragolpe letal do rival. Minimizar todos os riscos era necessário.
Por isso, o português decidiu pressionar a bola desde o campo de ataque e dobrar a marcação nos pontas. Dessa maneira, o Palmeiras poderia cortar os ataques do Santos longe do gol de Weverton, evitar a velocidade de Marinho e Soteldo, além de não ficar encurralado.
É verdade que, por conta disso, a partida teve pouquíssimas chances de gol. A equipe se mostrou afobada no primeiro tempo, exagerando em bolas longas sem precisão, enquanto na etapa final teve uma troca de passes lenta e estática. Reflexos da tensão, da cautela para não perder a posse e sofrer contra-ataques e do calor. Ao todo, o Alviverde teve somente 66% de acerto de passes.
No Mundial
Com somente oito dias de intervalo entre a final continental e a semifinal do Mundial, um período de preparação e recuperação muito menor do que o habitual. Em 2019, por exemplo, o Flamengo estreou no Catar 25 dias após conquistar a América. Portanto, o Verdão poucos treinos, pouco tempo de recuperação, adaptação ao clima e ao fuso horário. Nesse cenário, a adaptabilidade de Abel será indispensável.
O Palmeiras precisará saber exatamente como neutralizar os pontos fortes dos adversários e atacar suas debilidades. Ademais, é importantíssimo ter concentração máxima, como na final.