Pelo menos em 2020. Pela última vez no ano menos pacífico possível, ainda que tenha sido palmeirense demais, a esquina de coração fervilhante e realidade fria viverá uma Copa. Uma véspera de êxtase. Daquelas que movimentaria um mundo dentro e outro fora dos muros metálicos da Maloca.
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Pela última vez em 2020, verterá do chão calado e monótono dos arredores toda a magia que já venceu campeonatos aos montes e que seria capaz de golear antes mesmo d’um apito. Responsável pela concepção de caráter de quem aqui escreve e dos que aí leem, o Allianz Parque e sua esquina farão a última dança.
E que dança importante. E que dia especial. Não em meus ainda recentes 26 havia acontecido de sentir acelerar o coração na véspera de uma semifinal de Copa em dia de preparar a ceia de Natal. Logo eu, que sempre fui meticuloso com a chegada do velhinho. Pra ele, só peço de presente a vitória.
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Em 2019, uma reformulação foi colocada em prática após uma derrota por 3 a 1 em casa para um adversário carioca, que acabou merecidamente campeão brasileiro e da Libertadores. Ali estava tudo ruim e agora não há problemas?
Poderia ser uma apresentação natalina, a casinha do Noel, um cântico religioso, uma celebração cristã. É tudo isso, na verdade. Uma apresentação, um depósito de esperanças quase infantis, um evento de muita fé no verde, esperança na chuteira e preces pra todo e qualquer ente supremo. Vale tudo. Vale muito. Vale uma final.
De novo, pra chegar como 12, como 15, pra contar histórias de Dezembro e ser orgulhar do revéllion fora de época. O nosso 2021 pode ficar em stand-by por mais uma conquista. Logo nós, que vencemos o fantasma viral, o vírus rival, a queda de comando, a distância do Oceano. Logo nós, especialistas de esquinas.
Acorde com seu amuleto, faça sua oração, emane seus bons sentimentos praquele espaço de chão que já fez tanto por nós. Dias de Copa são especiais e nunca foram tão incomuns. Fé no trabalho, esperança no processo e amor no coração.
Hoje tem Palmeiras. Hoje tem Copa.
