Se eu esperasse até amanha pra escrever, a chance de amainar no tom seria enorme. Se esfriasse a cabeça, talvez fosse tomado pela esperança, às vezes, incoerente.. Seria mais pelo lado torcedor do que pelo que ando vendo. Foi ruim demais de assistir, professor. Não tem sentido algum ter seu reforço tão pedido à disposição e usar quem nunca te convenceu, imagino eu. A nós, pelo menos, não. Foram 45 minutos de terror às vésperas do jogo mais importante da temporada.
Não faz qualquer sentido, Abel, o Palmeiras viver um segundo tempo assim. Havia a chance de dar ritmo a nomes importantes pra sequência da temporada, de dar minutos pra quem precisa e pode evoluir, de estrear uma peça fundamental, de evitar usar aqueles que já não podem contribuir e todo mundo sabe. A convicção é vizinha da teimosia, elas andam lado a lado e delimitam o que é apoio e o que pode vir a ser crise. É tudo muito próximo e esse espaço precisa ser evitado ao máximo.
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Eu, pessoalmente, sou um admirador seu. Gosto do seu trabalho, falo sobre ele e seguirei defendendo quando puder, mas não posso me privar da crítica pelo modo que aconteceu o fracasso de hoje. Poderiam ser escolhas melhores, ideias menos reincidentes e de finais ruins já conhecidos. Era meio natural que desse errado, então, não deveria ter sido colocado pra jogo. Quando não havia opção e era preciso caçar com gato, entendi. Dessa vez, dava pra caçar com cão, que você tem.
Na coletiva, uma versão reticente, um pouco assustada e receosa de quem falava sempre com segurança. Natural haver oscilação, compreensível a vulnerabilidade, mas preocupante o momento disso. Estar claudicante na fase mais aguda que se viveu no maluco 2021 não é um bom presságio. Houve um clima esquisito no Palmeiras de Abel sempre tão veemente pela vitória. É preciso reencontrar a pedra fundamental que trouxe frutos importantes. Errar menos, duvidar menos e fazer mais. São meses e meses por esse momento. Por esse confronto. Mais de século com essa rivalidade.
Eu não sou do tipo que pede a cabeça de um trabalhador que mais acertou do que errou, mas pede cabeça ao treinador que não viveu uma noite de boas escolhas e que passa por um momento de decisões menos assertivas do que outrora. Que percebe um estrada perigosa adiante quer ver a melhor escolha de rota. Um clássico numa Libertadores tem dois finais: o reencontro e o gás para um final de ano memorável ou um empurrão rumo ao fracasso. Está em tempo de seguir pelo bem, mas é preciso decidir melhor.
De coração quente e cabeça fria.
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