Opinião

ESPECIAL TAÇA BRASIL 1960: Mão na taça - Fortaleza 1 x 3 Palmeiras

Julinho Botelho (E) e Djalma Santos (D)
Julinho Botelho (E) e Djalma Santos (D)

Campeão cearense de 1959, o Fortaleza não perdia para um time em confronto interestadual havia dois anos: 13 vitórias e 13 empates desde 1958. Havia sido o vencedor do grupo Norte e da Fase Norte da Taça Brasil.
O Fortaleza foi o campeão do Grupo Norte (para a CBD, composto por clubes do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará, Maranhão). Estreou eliminando com uma vitória e um empate o ABC; na decisão do Grupo, uma vitória e um empate contra o Moto Clube.

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Classificou-se então o Fortaleza para a decisão da Zona Norte (englobando clubes do Norte-Nordeste), contra o vencedor do Grupo Nordeste: o Bahia, então campeão da primeira Taça Brasil (1959) – vencendo o Santos de Pelé. Benedito e Bececê marcaram os gols do 2 a 1 na ida pro Tricolor cearense contra o baiano. Na volta, o empate sem gols classificou o Leão do Pici para a fase semifinal da competição contra o Santa Cruz, que entrou direto nessa fase como representante de Pernambuco (Estado finalista em 1959 do Campeonato Brasileiro de Seleções).

Na Zona Sul da Taça Brasil-60, o Fluminense eliminou o Grêmio no jogo-extra. Como campeão da Zona (que englobava as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste), o Tricolor carioca foi enfrentar o Palmeiras, campeão de um dos Estados finalistas do Campeonato Brasileiro de Seleções, em 1959.
O Tricolor carioca empatou no Pacaembu sem gols e sofreu o gol da classificação paulista no último minuto de um Palmeiras que em novembro estava em terceiro no Paulista. E desde a passagem para a decisão da Taça Brasil, o desempenho não foi o mesmo.

Depois de um decepcionante 1 a 1 com o Guarani no Palestra, uma goleada por 5 a 1 contra o Comercial em Ribeirão Preto animou o time de Brandão. O 3 a 0 contra o Botafogo em casa manteve acesa a chama alviverde. Mas o 2 a 0 para o Corinthians de Presidente Prudente acabou com as esperança do bicampeonato paulista. Humberto Tozzi faria os quatro gols contra o América em casa. Mas pouca gente estava no Palestra naquele 7 de dezembro. Menos gente ainda foi ver a derrota acachapante para a Ferroviária (do futuro ídolo e busto Dudu, que jogou como ponta pela esquerda) por 4 a 1. Quando os poucos que foram ao Palestra aplaudiram os rivais com ironia.

Na partida seguinte, nova derrota – a que determinou o título paulista para o Santos, que ganhou o clássico na Vila Belmiro por 2 a 1.
No dia seguinte o Palmeiras viajou ao Ceará para começar a definir o destino da Taça Brasil com o moral e o astral baixos.

Bola rolando no Presidente Vargas, toda a euforia tricolor pela primeira final nacional foi se esvaindo com o Palmeiras reencontrando seu jogo. Logo aos 8 minutos, Romeiro abriu o placar, aproveitando passe de Julinho.
Aos 17, característico lançamento de Djalma Santos deixou Romeiro, o Sputnik Brasileiro, em condições de ampliar. Mesmo não estando 100%, o versátil atacante foi mais uma vez decisivo. Como havia sido em janeiro de 1960, marcando de falta o gol da virada e do título do Supercampeonato Paulista de 1959 contra o Santos.

Aos 20, Humberto Tozzi foi o atacante oportunista de sempre: 3 a 0.
O Palmeiras então administrou a vantagem nos 70 minutos restantes. Benedito ainda diminuiu na segunda etapa em bom lance individual, mas era tarde. E foi pouco para o campeão da Zona Norte do torneio dirigido e regionalizado pela CBD.

O Palmeiras estava a um empate no Pacaembu para conquistar seu primeiro título nacional.

FORTALEZA 1 X 3 PALMEIRAS 3
Taça Brasil-60. Primeira decisão
Quinta-feira, 22/dezembro
Presidente Vargas
Juiz: João Etzel
FORTALEZA: Pedrinho, Mesquita, Sanatiel Sapenha e Ninoso;
Toinho e Benedito;
Walter Vieira, Moésio, Charuto e Bececê
Técnico: Moésio
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Jorge;
Zequinha e Chinesinho;
Julinho, Humberto, Romeiro e Cruz.
Técnico: Osvaldo Brandão
Gols: Romeiro 8, Romeiro 17 e Humberto 19 do 1º; Benedito 7 do 2º
Expulsões: Charuto 42 e Romeiro 44 do 2º

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