Opinião

Mauro Beting: ‘Hoje é o dia que sempre foi campeão’

Mauro Beting: ‘Hoje é o dia que sempre foi campeão’

ESCREVE GUILHERME FIGUEIREDO

Hoje é o dia d’O jogo! E vai ter textão, sim senhor…

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Vocês acham que são só os jogadores que se preparam a carreira inteira para um dia como hoje?

Nasci em 1977! Em 86, eu já era um dos mais de 100.000 palmeirenses no Morumbi na derrota para a Inter de Limeira.

Em 89, fui até Bragança para assistir ao amargo 0x3. Se aquela bola do Aguirregaray entra em 90, talvez eu não tivesse visto a revolta da torcida descontada em nossos trofeus.

Em 92, nem vi o gol do Zinho na derrota para o São Paulo na final, saí antes, mas foi a ÚNICA final que o Palmeiras perdeu e não chorei…sabia que estava acabando!

Aí veio 93, e eu também estava lá! Não só no histórico 4×0 no Corinthians para soltar a voz e o grito de campeão engasgado, mas também no Pacaembu para ganhar o Rio-Sao Paulo e no Morumbi para ganhar o Brasileiro.

Em 94 já era normal, estava lá no Pacaembu para ganhar mais um Brasileiro em cima do Corinthians
Mas a gente é Palmeiras e tem suas parmeradas, em 95 eu estava lá na desclassificação para o Grêmio mesmo com a vitória por 5×1.

Em 96, dos 102 gols da máquina palmeirense, pelo menos uns 70 eu assisti ao vivo no estádio mas também estava lá na triste derrota na Copa do BRASIL para o Cruzeiro. Mas a vingança viria em 98, no Morumbi no último minuto, ahhh Oséas…e eu lá!

99 foi obsessão, a primeira Libertadores, eu estava lá não só na final, mas também em todos os outros jogos em casa e até contra o River na Argentina…e ainda deu tempo de amargar uma derrota para o Flamengo na primeira vez que nós enfrentamos em uma final Sulamericana.

Ano 2000, esse foi insano…estava lá vendo o Marcos pegar o pênalti do Marcelinho na maior defesa da história do clube, mas também estava na dolorida derrota para o Boca na final no Morumbi e na mais inacreditável derrota contra o Vasco, 3×4 de virada, vendo Romário silenciar o Palestra Itália.

2001 fui até a Bombonera para buscar a revanche contra o Boca, e estava lá no Palestra em mais uma (roubada) derrota para eles.

2002 era para ser o ano mais triste, mas ensinamos ao futebol brasileiro que time grande cai no campo, mas que só time gigante efetivamente VOLTA no campo e ainda deu tempo de ver uma chapelaria do Alex no Morumbi.

2003 vi Nunes imitar o porco na final da Copinha e quase causar uma tragédia no Pacaembu e ainda fui a todos os jogos da Série B e tenho os ingressos para provar!

Cheguei aos 20 do segundo tempo em 2004, o suficiente para ver o Santo André empatar e nos eliminar da Copa do Brasil, até hoje acho que a culpa foi minha…

2008 vi de camarote o gol do Valdivia silenciar o Ceni e o Alex Mineiro dar um show na final contra a Ponte.

2009 foi montanha russa, caí na arquibancada em Santiago no gol do Cleiton Xavier mas também estava no empate sem graça e que nos eliminou da Libertadores em Montevideo. Vi até o gol de muro do Ronaldo lá em Presidente Prudente, mas também estava lá quando o Obina mostrou 3 vezes que que era melhor que o “gordô”.

Mais parmeradas, em 2010 vi o Palmeiras perder uma vaga certa contra o Goias no Pacaembu e no final, fiquei mais uns 20 minutos lá, sentado sozinho, incrédulo…

2012, em Coritiba assisti à final junto com os ídolos Evair e Veloso e ainda estava dentro de campo na despedida do Marcos.

Mais Série B em 2013, mas nosso amor não tem divisão e mais um título ao vivo pra conta.

2014 parecia o fundo do poço, como foram duros os minutos de silêncio no Allianz Parque até o Santos (gigante!) nos salvar do rebaixamento.

Mas o mundo volta ao normal em 2015, chorar abraçado com a @anacrisfigueiredo após o título ganho pelos pés do Prass é um dos meus momentos preferidos dessa caminhada…a foto é linda!

A Chape, antes de partir em 2016, ainda me deu uma última alegria, vi o último jogo daqueles guerreiros e de quebra mais um título brasileiro!

Quantos e quantos jogos do Brasileiro 2018 em casa…inclusive o da festa contra o Vitória…quem tem mais, tem 10!

Benedetto em 2019 nos preparou para o que viria pela frente, pude ver de perto quanto aquela derrota na semi forjou os campeões do futuro.

2020 foi desesperador…não bastasse uma pandemia que assolava o mundo, fui privado de fazer o que mais gosto, de estar num lugar em que me sinto muito bem, em casa!

Mas a redenção viria em 2021, um presente do @_edulobato me coloca no único título de Libertadores de um clube brasileiro no Maracanã…mas tinha mais, tinha a Glória Eterna, tinha o jogo dos dois maiores da América, tinha Deyvinho roubando a bola e nossos corações em Montevideo

2022 começou quente e pude presenciar o único título que faltava na nossa história, tem Copinha e não tem mais musiquinha… Pronto, Abu Dhabi. Pode vir, estou preparado, treinei todos esses anos, HOJE É O DIA DO JOGO!

GUILHERME FIGUEIREDO

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