Provavelmente, eu tenha tentado não ver. Trabalho numa profissão cuja premissa é relatar a verdade e não acho que a tenha relegado, mas visto mais com o coração do que com a razão, exatamente. Existem dias nos quais somos colocados contra o muro e nele está estampada, em letras garrafais e cores vívidas, aquilo que tentamos evitar: a verdade.
Me baseei, por meses, em uma realidade que me parecia totalmente coerente e certeira. Acreditei que esse Palmeiras era, sim, melhor do que ele se tornou. Ele viveu, e isso já dissemos, uma jornada do herói. Depois, e isso também dissemos, de forma exaustiva, que faltou à direção, a quem classificamos diariamente de omissa, vontade de ser mais. Ela fez a escolha de não ser.
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Não é sobre reunir condições de ser melhor, mas é a vontade, em si. Não quiseram, por política, por evitar riscos, por ter um escudo, a complacência. Abel, que já vi como Guardiola, não é um gênio, mas não é um burro com sorte. É um bom profissional a quem faltou elementos. Ele pediu inúmeras vezes, mas jamais foi atendido. Brigou muito para ser ouvido, mas desistiu.
Depois dos três gols que o Palmeiras levou do Flamengo – o B, e poderiam ser mais -, surgiu um outdoor na minha frente dizendo: ‘não dá pra competir’. E não dá, mesmo. O Flamengo B tem mais qualidade do que o Palmeiras A, que sequer tinha desfalques pro jogo. O Flamengo B fez muito mais que o Palmeiras A, em casa, precisando vencer.
E não foi culpa da arbitragem, do STJD, da Globo, da CBF, da FPF. Foi culpa do Palmeiras, que não consegue bater de frente com o melhor time do Brasil. Foi culpa do Palmeiras que não consegue colocar o fator casa, tão sagrado, como arma. Desse mesmo que está fora da disputa pelo Brasileirão. Desse que eu imaginei ser melhor do que realmente é – por erro meu.
Às vezes, a gente precisa baixar a guarda e ver que sua compreensão não era a melhor. Ainda que tivesse querido muito um camisa 9, função largada às traças, ou mesmo um novo atacante, eu não imaginei que a defasagem fosse tão evidente. Enxergo o jogo de hoje como um espelho da realidade. O Flamengo é de um nível, seguido de perto pelo Atlético-MG. O Palmeiras não faz parte dessa prateleira.
E descendo.
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