Eu te recomendo abrir alguns sites argentinos, uruguaios, até paraguaios, e ler sobre o time que vocês torcemos. Eles todos se curvam ao poderoso campeão do continente e todo seu potencial em busca do tri. Tal qual todos nós, os jornalistas não podem assegurar que a nova conquista virá, afinal, não podem brincar de Deus, mas há um consenso: esse Palmeiras é, sim, um grande candidato. Todos querem cortar volta no sorteio e não encarar Abel e os seus. Porque, então, nós preferimos os defeitos?
Confesso a minha incapacidade de compreensão sobre o tema. Se faz 6, que fizesse 7. Se foi o segundo melhor, deveria ser o primeiro. Se faz 20 gols em 6 jogos, sendo dois deles com reservas, por qual razão não fez 21? Entendem isso? Eu não, te juro. Não sou grande fã de ditados de boteco, ainda que seja dos botecos, mas o papo de que a ‘grama do vizinho é mais verde’ poucas vezes me soou tão efetivo em relação à realidade que acompanho. Todo mundo está melhor e o nosso quintal parece em frangalhos.
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A pontualidade da crítica existe com razões óbvias, e ela precisa mesmo existir como régua para pavimentar melhoras. Não tem muito jeito, na verdade. Você, e seu time, só crescem quando notam que algo não vai bem e aqui entra o papel do olhar mais cético e desconfiado, mas ele precisa ter base. Essa base, entendo eu, não pode ser a realidade instagramável de outro clube. ‘Porque o Flamengo, o São Paulo, o Corinthians..’. Não. A discussão deve ser apenas sobre o atual dono da América. Tem que ser sobre nós. Passado e futuro. Como repetir aquela dose de Maracanã.
E, convenhamos, as coisas vão bem nessa missão. Questionado o Paulistão e o vice, expostos os problemas daquela jornada, os olhos tem de se voltarem para o que vem agora. Se antes, o estadual era somente o estadual (deveria sempre ser), na derrota, ele deve seguir sendo, inevitavelmente. Se tudo não passava de uma grande pré-temporada, deve seguir sendo. A estatura da cobrança vai subir muito a partir de agora, mas é preciso falhar primeiro para que se critique. Caótico de véspera é foda, né, pessoal.
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Em 2019, uma reformulação foi colocada em prática após uma derrota por 3 a 1 em casa para um adversário carioca, que acabou merecidamente campeão brasileiro e da Libertadores. Ali estava tudo ruim e agora não há problemas?
A melhor versão do Palmeiras, e eu sempre vou repetir sobre isso, é quando ele se junta. Quando esse tanto de maluco corneteiro e apaixonado resolve caminhar lado a lado. Aí fica bom. Quando ele tá dividido, mais preocupado em expor e fazer voz às suas visões particulares, independente da realidade, o clima pesa e tudo perde força. Sinto que estamos cá vivendo esses dias de desalinho. Não tenho o menor direito de dizer o que você deve ou não fazer, mas é minha obrigação moral lembrar que vocês fomos muito mais felizes quando juntos. Foram os melhores dias de Palmeiras quando as maiores dificuldades surgiram.
Vai começar a fase difícil. É bom que a gente esteja forte o mais rápido possível.
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