Opinião

João Sundfeld: 'A epopeia alviverde pela conquista da América'

(Foto: Arte Palestrina)
(Foto: Arte Palestrina)

Capítulo I – Proposição

No Brasil estava um clube gigante
Ajuda precisando pedir

Cruzou os mares como mandava o Infante
Em busca das glórias que estavam por vir
Ninguém sabia como seria o final, começo ou durante
Quando o português veio intervir
Não foi à toa que pegou o avião
Veio para o time ser campeão

Com um elenco misto e desacreditado
Teve de a confiança recuperar
Antes dos jogos o poderoso brado
Para dos pés a cabeça arrepiar
Com aqueles que já tinham conquistado o estado
O Brasil e o continente dominar
A duas finais chegou
E depois de vinte anos, campeão a torcida gritou

Obrigado Felipão, Marcos e Evair
Mas o seu tempo já passou
Da história, jamais vão sair
A hora de outros ídolos chegou
Com títulos que ainda hão de vir
E aqueles que a massa já comemorou
Por mais uma Libertadores para a trajetória coroar
E como nunca poder comemorar

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Capítulo II – Invocação

Ó Deuses da bola que o mundo pairam
Venham a mim as rimas trazer
Para exaltar aqueles que nunca param
E este canto fazer 
Pois o fado nunca calam
E disso todos temos de saber
Só vós podeis esta jornada abençoar
Para um simples autor a criar

Deem capacidade para os que em campo estarão
Do lado verde brigando até o fim
Para na taça colocar a mão
E as lágrimas tirar de mim
Dai a eles a técnica, tática e superação
Tão puras quanto marfim
Em busca do tri conquistar
De vós as forças hão de precisar

Responsáveis por tudo o que mais amo
De jogos plásticos e retrancados
Iluminem este campo com o mais puro ramo
Verdes, brancos e elevados
Ao mais alto pedestal que vos clamo
Para o título ser novamente reclamado
Com vosso apoio e ajuda
E a vontade que não muda

A mim resta escrever e exaltar
Com vossa óbvia colaboração
Os feitos daqueles ao topo conseguiram chegar
E mais uma vez buscam gritar “campeão”
Os méritos muitos não querem enxergar
E mal falam por inveja ou má educação
Contra os empecilhos extremos
Mais uma vez, seremos

Capítulo III – Dedicatória

A ti, nobre comandante
Que este desafio há mais de um ano aceitou
Apesar de difícil e intimidante
E a América de verde pintou
Um trabalho árduo e maçante
Mas na história com tudo entrou
Com coração quente e cabeça fria
Palavras que a todos arrepia

Ano passado soube poupar
Do Brasileirão teve de abrir mão
Para coisas maiores conquistar
E fazer do elenco campeão
O pé teve de tirar
Para o time não lesionar
Mas tudo valeu a pena
E das emoções a mais plena

Hoje encontrou dificuldades
E o plano não resultou
Em Montevidéu encontrará novos ares
Com um grupo que para a final lutou
Do São Paulo e Atlético ganhou contra milhares
E em mais uma final chegou
Não há tempo a perder
Já está claro que pode vencer

Com vossa tática e convicção
Estratégia que ninguém precisa gostar
Em busca de mais uma medalha na mão
E mais um adversário derrotar
Na defesa não há um vão
Onde o atacante pode passar
Por mais uma Libertadores
A Glória Eterna pelos torcedores

Capítulo IV – Narração

Ao passado, a diretoria recorreu
O desastre era inevitável
Mesmo com o título paulista, não deu
E a mudança tornou-se viável
Algo colossal caiu do céu
Um jovem treinador insaciável 
Chegou ao Brasil para vencer
E a torcida convencer

Logo antes veio o temporário
Que muito fez pelo time
Cebola para sair tinha horário
Mas o interino não subestime
O Atlético tentou ser contrário
E foi derrotado de maneira sublime
Mas chegou o novo comandante
Com quem o time seria intimidante

Na estreia, do RB Bragantino venceu
Já mostrando o que seria rotina
Atacando certo e bem se defendeu
E ficou óbvia sua sina
O resultado a classificação rendeu
Trabalho de maneira paulatina
Com muitos frutos a dar
E das mais belas glórias gozar

O time seguiu em desenvolvimento
Mas os muitos jogos vieram atrapalhar 
Da comissão, total envolvimento
Para a situação amenizar
Até teve um difícil momento
Covid fez o elenco todo desfalcar
Mas tudo foi superado
Apesar de tudo o que na mídia foi falado

Com goleadas e grandes jogos
Na Libertadores avançou 
Na Argentina todos soltamos fogos
Quando o River goleou
Na volta, corações parados
E a eliminação quase chegou
Mas tudo era um plano
De lá de cima pelo nosso ano

A final contra o Santos disputou
Num jogo difícil e aguerrido
Poucas chances criou
Em casa, o peito aflito
Até que o melhor chegou
Com um herói desconhecido
A rede balançou
E o êxtase havia dominado
O corpo quase desacordado

Meses depois, outro título
Mais uma copa nacional
O segundo do currículo
O time não era mais banal
Mesmo com o Mundial ridículo
Na história não teve outro igual
O nome estava escrito
E o rosto eternizado como um mito

Em 2021 desacreditado
Altos e baixos pelo ano
Pela imprensa sempre maltratado
Mostrando que errar é humano
Com o tempo ficou constatado
Com mais um final, algo insano
Tirou o favorito
E o destino foi escrito

Agora chegou a decisão
O momento mais importante
No gol, o novo ‘São’
Do outro lado um time inconstante 
A vitória é possível, como não? 
Ainda mais com uma história tão exorbitante
Contra os empecilhos extremos
Mais uma vez, seremos

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