Miguel talvez fosse o mais jovem entre tantos palmeirenses no Consulado alviverde em Lisboa. Só 13 anos. O primeiro deles sem o pai. O PC. Antonio Carlos Benocci.
A depressão o levou a uma linha de trem em 2020, no Fogueteiro. Ele deixou uma carta para a mulher. Pediu a Vanessa Ramos que não deixasse os filhos esquecerem o amor que ele tinha pelo Palmeiras. Vanessa teria que incentivar os filhos em verde como ele sempre incentivava o time. Mais no Consulado Porto no que de Lisboa.
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Vanessa só chegou no final do tempo regulamentar na decisão. Um a um. As portas estavam fechadas. Mas a viúva conseguiu conversar com Pedro Siqueira. Ele botou Miguel pra dentro.
Muito tímido, com boné e capuz cobrindo a vergonha, Miguel só conseguiu falar para o novo amigo que “Deyverson vai fazer o gol do título”.
Pedro, do consulado, nada falou. Apenas consolou o menino órfão de pai. Mas muito filho da Vanessa. E ainda conectado ao pai que deve ter soprado divino lá de cima.
Quando Veiga saiu e entrou Deyverson, o único realmente animado na terrinha do Abel (e em quase toda a Terra) era Miguel. Foi quando o menino perdeu a timidez e falou alto: “eu falei! Deyverson vai entrar! Ele vai fazer o gol da vitória!”
E…
No gol, Miguel só chorou abraçado ao novo amigo Pedro. “Mas não era choro de felicidade. Não era por ser o gol do ídolo. O Miguel chorou fundo por estar abraçando uma pessoa que acabara de conhecer. Mas que ele queria mesmo que fosse o pai perdido há um ano”.
Miguel, não só a glória é eterna. Quem te levou a crer em Deyverson, em Breno Lopes e nessa camisa que une o nosso Brasil ao seu Portugal de Abel estará sempre te abraçando.
Viva PC! Vanessa! Miguel! Pedro! E todos os Consulados que consolam pelo mundo a saudade do Palestra que é chama. É que aquece tão longe de tão perto.