Nestes 8 meses vencedores de Abel no Palmeiras (que a turma que é contra o time, clube, o futebol, os fatos, ainda discute…), a melhor sequência não só de resultados mas também de desempenho é esta. A classificação esperada contra a Universidad Católica veio com um placar magro demais para a ótima partida palmeirense.
Foram 12 chances de gol criadas. Apenas duas concedidas. Não fosse o goleiro Pérez, o Palmeiras teria mais uma vez goleado no Allianz Parque em Libertadores.
Deu a lógica. Como mais uma vez na entrevista pós- jogo, ou pré-Choque-Rei, Abel deu os seus cascudos na imprensa que tanto ama o criticar. Para coleguinhas que acham que ele é mal humorado (e também é), favor conhecer minimamente como são as entrevistas em Portugal. Ou como eram as entrevistas no Brasil. A trocação sem dó. Muitas vezes sem conteúdo. Mas é o jeito que se faz lá. E adoraria que nós jornalistas também entendêssemos quando os treinadores, portugueses ou não, falando ou não português, pudessem se expressar mais livremente.
E sobretudo criticar o trabalho da imprensa quando ele merece críticas.
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Como o próprio Abel disse que quando ele faz “asneiras”, ele merece a crítica. Que nós jornalistas esportivos também devemos estar atentos e abertos a sermos criticados. E não sair bloqueando a torto e sem o menor direito.
É risível pra não dizer sofrível o que nós fazemos há anos. Quando algum treinador reclama ou contesta uma pergunta, milhões de vezes nós falamos: “ele que não me venha ensinar a fazer Jornalismo…”
Ué?
Nós falamos como o treinador tem que escalar o time… Nós falamos como treinador tem que montar a equipe… Nós falamos como ele deve jogar, como ele deve trocar, como ele deve planejar, como ele deve contratar, como ele deve treinar, como ele deve gerir o grupo, como deve se portar na entrevista coletiva…
E o treinador não pode reclamar de perguntas muitas vezes com razão?
Ontem, Abel teve todo direito de reclamar por não ser perguntado da ótima atuação do Palmeiras, melhor do que o placar. Como muitas vezes com Abel, os placares foram maiores do que o nível de desempenho da equipe. E muitas vezes – e não sem razão – o treinador é cobrado por essa discrepância, desta vez quando o Palmeiras merecia ter goleado a Universidade Católica, nenhuma pergunta mesmo foi feita sobre o jogo.
Não que não se possa perguntar sobre a saída de Viña, sobre os grandes clássicos que teremos pela frente, sobre as duas semanas tão necessárias de treinamento que o Palmeiras terá. Mas desta vez tinha como enaltecer mais o desempenho e perguntar o porquê de o time de novo ter atuado bem, como a zaga está muito forte com Felipe Melo, Gómez e Renan, com Wesley voltando a jogar bem e fazendo múltipla a função (até como ela pela esquerda), com Marcos Rocha como ala pela direita pisando na área, como a “maturidade” do adolescente menos maluquinho Deyverson, com a grande fase de Scarpa e de Veiga, e com o imenso talento de Danilo e a boa fase de Zé Rafael.
Pouco se falou.
Pouco se elogiou o Palmeiras.
Não é só a função da imprensa dourar a pílula, levantar a bola, passar o pano. Mas só baixar a marreta como se faz com Abel (e mais do que qualquer outro treinador), não é função da imprensa. É disfunção coronária.
Até quando outro treinador fala as mesmas coisas que Abel e com imensa razão, o treinador português do Palmeiras (ou o treinador cada vez mais palmeirense que veio de Portugal), não deixa de ter razão.
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