Há 55 anos me fazendo mais vivo (mesmo quando parece que vai me matar), há 31 anos me fazendo jornalista esportivo, há alguns meses o Palmeiras vai me facilitando a vida como palmeirense e comentarista (sempre nessa ordem): EU NÃO TENHO A MENOR IDEIA DO QUE SERÁ CADA JOGO DO TIME DO ABEL.
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Tirar o Rony não me parecia boa ideia em Minas – embora eu defendesse a entrada de Veron que, em 50 segundos, ajudou Dudu a classificar o Palmeiras para a sexta final de Libertadores. Colocar o Breno Lopes contra o Santos, em janeiro, no Maracanã…
Nem falo da parmerada de perder no Allianz para o Cuiabá depois da melhor das 91 partidas de Abel – os 3 a 0 contra o São Paulo, pela Liberta. Nem cito agora o empate com o Juventude depois da grande classificação contra um Atlético que tinha mais condições de ser finalista – como está dez pontos à frente no BR-21.
Minha vida é o Palmeiras. Ou a minha vida é como o Palmeiras: o meu amor, o meu desejo, o meu bem-estar, a minha família. É mudar de humor a cada desânimo do Luiz Adriano para entrar e sair de campo. É mudar de nomes e números e posições e funções dentro de campo e ainda assim ser competitivo. Vencedor. Mas também decepcionante. Nem sempre dando tudo que a gente quer. Ou nos superando e não conseguindo superar as adversidades e adversários.
Minha vida é ser chamado de “retranqueiro” com um dos melhores ataques e uma das piores defesas do BR-21. Minha vida é brigar em casa e amá-la do mesmo modo. É um monte de gente querendo se meter na nossa por não gostar dela.
Minha vida é achar que agora vai e não sai do lugar. É achar que já foi tudo pro saco e em 50 segundos tentar arrumar um saco de dinheiro para ir pro Uruguai.
Minha vida é o Deyverson. Pode fazer o gol do deca, e pode invadir o campo antes do Dudu fazer o gol da classificação a Montevidéu. Pode usar bem a cabeça e pode não ter nada nela.
Minha vida é não ter noção do que vai ser a minha vida. O que faz ela tão
emocionante e gostosa como o Palmeiras.
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