Opinião

Mauro Beting: 'Rústico campeão, Menino gigante, Trem bom, menino Endrick, GGG e Família de Palmeiras'

Colunista do NOSSO PALESTRA detalha protagonistas do Palmeiras em mais uma campanha vitoriosa

(Foto: Jhony Inacio/Ag. Paulistão)
(Foto: Jhony Inacio/Ag. Paulistão)

RÚSTICO CAMPEÃO

Rústico é como o Teo José apelidou o Rony. É pela música da Blitz. Mas podia ser pela acepção de quem é “relativo ao campo”. Como tudo que ele planta dá no Palmeiras desse paraense que não para de “crescer naturalmente sem requerer cuidados especiais”, em outra definição de dicionário do inefável Rony.

O que adora pedalar contra a maré e a meta rival. O que não se cansa de se doar e de doar canecos aos alviverdes.

O Rony que foi bicampeão paulista com o braço quebrado. O que ele agora vai poder operar. Como São Marcos jogou de pulso aberto quando eliminou o maior rival na Libertadores-00.

Amor de fato não pede prova. Ele se dá. Como Marcão e Rony jogaram até quebrados. E jogaram demais. Rústico também é quem é natural. É da terra. É da gente. Como a gente. Campeã.

Como o Rony do Pará que não para em campo. Como o dessa foto. Quando ele parece ter quatro pernas e quatro braços. Para não dizer 22 pulmões.

Gabriel Menino chegou ao seu quinto gol em finais pelo Palmeiras (Foto: Staff Images)

MENINO GIGANTE

Menino Gabriel foi a boa nova que começou como adulto no Palmeiras em 2020. Foi gigante em Núñez. Mas foi meio moleque desde então até virar o ano e ajudar o Palmeiras em 2023 a revirar expectativas e placares em dois canecos incontestáveis.

Com quatro gols decisivos de um volante que parece artilheiro. Meia. Já foi lateral. Quase foi para o Vasco.

Mas de novo foi de tudo e fez de tudo como MVP da goleada final. Depois de ter jogado mal como todo o time na ida. Depois de ter perdido o ar rarefeito em La Paz. Para voltar a ser o Menino velho de guerra e de garra. Sem farra. Indo à forra contra as críticas com a cabeça fria, o coração quente, e o pé gelado para definir e decidir.

Gabriel Menino é outra velha revelação do bicampeão estadual.

Zé Rafael pelo Palmeiras contra a Inter de Limeira no Allianz Parque (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

TREM BOM

Zé Rafael chegou como 10. Ou 11. Virou 8 com Luxemburgo. Mas virou mesmo nota acima da média com Abel. Em 2023 acabou como 5 sem Danilo. E termina o SP-23 merecidamente campeão. Bicampeão. E como um dos melhores do time e do campeonato.

Mesmo com a falha em Barueri que acabaria depois abrindo o placar para o Água Santa. Erro raro de um cara que simboliza o Palmeiras de Abel: um futebol nem sempre bonito. Mas lindo de torcer. Também pelo modo como encara o jogo e os rivais: com seriedade. Sem firula. Festa só na hora certa.

Tanto que ele e Abel não queriam saber de grito de campeão antes da hora. E nem de olé pra desmoralizar e filigranas com a bola.

Eles querem vencer sem tripudiar. E até nisso são muito campeões. Com a seriedade que traz alegria. Não a “felicidade” que não traz sorriso.

Endrick
Endrick comemora gol marcado na final do Campeonato Paulista de 2023 (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

MENINO ENDRICK

Endrick fez dois gols no SP-23. Nas duas finais.

Endrick mandou no travessão um que podia ser o mais belo gol no Allianz Parque, contra a Inter de Limeira.

Endrick fez a melhor jogada na pior partida palmeirense em Barueri.

Endrick roubou duas bolas na decisão contra o Água Santa que poucos volantes conseguiriam.

Endrick deu entrevistas depois do terceiro título vencido nos três campeonatos que disputou com 16 anos como se tivesse 16 anos de futebol. Não de vida brilhante que tem e terá.

Endrick segue sendo o melhor jogador revelado pelo Palmeiras desde 1914.

Endrick é tudo isso.
E será muito mais.

Mas deixem o menino em paz.

Não por acaso o irmãozinho amado está sempre com ele. É um pouco da infância que Endrick não conseguirá ter por ser tão maduro. Tão adulto. Tão Endrick

Gustavo Gómez levanta troféu de campeão paulista (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

GGG

É a sétima vez que Gustavo Gómez levanta um caneco por não deixar quase ninguém fazer qualquer coisa lá na nossa área.

Só ele e Ademir da Guia levantaram sete troféus como capitães do Palmeiras.

Não vou escrever mais nada. Quem sabe, faz. Como GGG, grande capitão sem tamanho.

Quem não sabe são os fãs. Como eu.

Veiga comemora gol marcado durante campanha do título paulista (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

FAMÍLIA DE PALMEIRAS

A taça com a coroa do Rei é do bicampeão Palmeiras. E está nas mãos do craque do campeonato.

Raphael Veiga que superou o afastamento por lesão no final de 2022 e merecidamente foi convocado pela Seleção. Se não marcou os usuais gols nos jogos de título, jogou demais com a bola – como sempre. E cada vez mais sem ela – como nunca.

Veiga que já merece todo respeito pela história de Palmeiras que a família tem. E merece ainda mais admiração pela família Palmeiras pela história que está fazendo no clube do coração.

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