Opinião

No Palmeiras pós-parada, a pobreza ofensiva é problema e falta de apoio, sintoma

Análise Verdão evidencia, em vídeo, as dificuldades do alviverde

Com pouco tempo em campo, Wesley fez uma bagunça na zaga adversária (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)
Com pouco tempo em campo, Wesley fez uma bagunça na zaga adversária (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Sem vencer qualquer clube de Série A em 2020, o Palmeiras tem sofrido com a falta de construção de jogadas ofensivas. Sobretudo no pós parada, o alviverde apresentou dificuldades para propor jogo desde os jogos contra menores, como Água Santa e Santo André, até jogos grandes contra Ponte Preta, Corinthians, Fluminense e, por último, Goiás.

A escassez de oportunidade criadas através de uma construção do setor ofensivo é nítida e se deve a alguns fatores. Hoje, vamos analisar um dos principais: a falta de apoio no momento de construir ataques.

Na segunda rodada, já que a primeira foi adiada, isso ficou claro. Criamos apenas uma grande chance, além do gol – e o gol surgiu de uma recuperação de posse. Com o auxílio do vídeo acima, fica fácil de entendermos. Como podemos construir jogadas, criar chances se, no campo ofensivo, temos inferioridade numérica e espaçamento entre os jogadores? Em outras palavras, como vamos construir se o adversário tem mais jogadores para nos marcar e se os que temos – que já estão em desvantagem, estão distantes?

O vídeo evidencia diversas vezes jogadores isolados, sem opções viáveis e produtivas de passe, no lado direito, esquerdo e no meio. O que normalmente ocorre com isso? Ligação direta para o ataque. Com ela, nossas chances de devolver a posse ao adversário são muito maiores, ou até com passes para trás, retardando a transição ofensiva.

Como mostrado no vídeo acima, o Palmeiras, por diversas vezes, fica novamente em inferioridade numérica no setor da bola. Dessa forma, o time tem a posse, mas não tem os companheiros posicionados em condições de receber a bola e progredir com o ataque. A falta de aproximação e de boas opções de passe faz com que, por falta de suporte, o time se desfaça da posse facilmente, como no cruzamento de Menino que não funciona.

De nada adianta colocar jogadores de bom passe, que sabem construir jogo se o sistema não possibilita que eles rendam e produzam o que podem.

Desde a volta da pandemia, Palmeiras marcou 8 gols em 8 confrontos disputados, com média de 1 gol por jogo. Destes, venceu 3 partidas, contra Água Santa, Ponte Preta e Santo André.

Se quiser pensar em grandes coisas em 2020, o time precisa melhorar diversas questões e uma delas é, sem dúvidas, a falta de apoio na construção de jogo.