Ninguém no esporte de televisão fazia uma locução em off como ele. Ninguém.
Ninguém apresentou esporte como ele quando seguia os roteiros que ele nem sempre seguia.
Não tem quem não reconheça a voz. Não tem quem às vezes não o reconhecesse quando ele mesmo parecia irreconhecível.
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Mas quem teve o privilégio da amizade como eu que até outro dia batia uma bolinha pelo zap, sabe que Fernando Vanucci é daqueles craques que trabalha como vive. Que vive trabalhando por saber e querer trabalhar muito bem. Por querer viver muito bem. Tentando se superar até quando não era preciso. Até quando não era necessário. Querendo como agora mesmo voltar com o mesmo pique e humildade de um juvenil.
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Alô, você. Sempre. Como era quando eu voltava da escola para ver o final do Globo Esporte. E jamais imaginaria ser seu colega e amigo de um craque. Mesmo discordando algumas vezes. Mesmo discutindo outras. Mas sempre dando e recebendo um braço e um ombro e muitos abraços nos momentos mais difíceis.
No auge de Vanucci, o Palmeiras não foi campeão. Mas quando começamos a trabalhar juntos na Band, em 1999, ele foi uma das vozes da conquista da América. Conquista libertadora. Emocionante. Como ele quando se jogava de cabeça nos projetos. Como ele tanto queria agora. Como ele não conseguiu.
Mas tantas coisas ele ganhou e tanta gente conquistou que ele parecia palmeirense.
