Opinião

Opinião: é esse Palmeiras aí, professor. Sempre!

Foi bom, mas tome tento

Luiz Adriano e Patrick de Paula marcaram para o Palmeiras e garantiram a vitória no Clássico da Saudade (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)
Luiz Adriano e Patrick de Paula marcaram para o Palmeiras e garantiram a vitória no Clássico da Saudade (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Luxemburgo sofreu e não foi pouco, tampouco foi por nada. O treinador do Palmeiras ouviu por aquilo que todo mundo viu. E não gostou. O nível de atuação do time campeão Paulista vinha sendo sofrível, entediante e desanimador. Ontem, não foi assim. Disposto, acima de qualquer coisa, o alviverde DISPUTOU o clássico, na acepção do termo. E nisso há um ganho enorme.

Repetindo, oxalá, amém, o time de um jogo para o outro, Luxa insistiu em uma idéia, veja só você. E viu acontecer um fato novo, que deveria ser hábito: os jogadores pareciam saber onde e para qual função estavam seus companheiros. De forma ainda intuitiva, algumas boas associações surgiram. Lucas Lima com Rocha e Menino, o canhotinha com Rony e Luiz Adriano. Bruno Henrique pisando na área por diversas vezes. Aconteceu futebol.

E Bruno, tão criticado por esse que vos escreve, que bom jogo fez. Feliz ano novo, capitão do Deca. Nunca foi perseguição, sempre foi a certeza de que havia mais qualidade do que era apresentado. Ainda receio, pessoalmente, por Gabriel Menino, que marca mais do que joga, na prática, sendo que sua maior valência é propor, mas compreende-se o sacrifício até que o time encontre soluções. Foi melhor que na quarta, mas pode ser mais.

No quarto parágrafo desse artigo, uma exaltação. No time que procurava criativo entre fantasmas do passado e soluções mágicas no futuro, resolveu quem é a realidade. Sabemos todos que Lucas Lima nunca sofreu por falta de talento. Faltam-lhe muitas coisas, em geral, menos um bom trato com a redonda. Disposto e alerta como esteve no clássico, fica mais fácil. Carimbou todo ataque do verde, ajudou, reclamou, sentiu o que vivia. Não pode ser edição limitada.

Luxemburgo respirou ar limpo. O time, enfim, teve um dia de bom futebol. Em momento algum, o torcedor se aborreceu. Mesmo em meio ao empate vadio do Peixe, e assim esteve porque seu time jogava futebol. Meio torto, meio arrastado, meio quarentenado, mas tinha alguma coisa de bom ali. Serão, agora, 5 dias disponíveis pra recuperarem corpo e mente e ajustarem o que o campo mostra mal-acabado.

Essa segunda-feira poderia ser o day after da tragédia, mas é o posfácio da paz. Além de ser o presságio do caos. O torcedor relutou muito por se forçar a entender a falta de treino, de tempo, de respiro. Ele chega aliviado pra semana de ‘folga’, mas não ousem voltar pro próximo duelo sem mostrar, pelo menos, o que se viu hoje. No Palmeiras, o sucesso é bom, mas ele faz com que a próxima vez tenha de ser ainda melhor.

Sempre.