Hesitei por horas até abrir o publicador do NP e escrever esse texto. Desde 20h30, quando a foto das filhas de Eliezer Pena apareceram na minha timeline, no Twitter, minhas atenções ficaram inquietas e meus pensamentos voltavam a elas. Vi quatro fotos, uma delas com a mãe, e outras só com as pequenas. Elas, com Abel, é a mais linda. E a mais dolorida.
Fiquei com uma sensação tão dura que não faz sentido. Elas estão sorrindo, uma delas já usa aparelho nos dentes e a menor parecia encantada com o momento. Juntas, elas compõe uma imagem tão doce, tão linda, tão sincera, que repenso o significado das coisas. Na minha crença, posso e creio que o pai estava ali, também.
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Eliezer era um palmeirense daqueles, que sofria como nós, que sorria como nós, um membro leal da Famiglia. Quis a vida que ele mudasse de plano após um acidente com alguém por quem já torceu. E esse amor pertence às suas filhas, os olhos delas não mentem. E tenho cá minha convicção que fazê-las sentir o que ele sentia pelo Verdão era o grande sonho desse pai. É o meu, aliás, e nem tenho filhos.
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Elas, que não sei como se chamam, parecem sentir um conforto tão acalentador, talvez por não dimensionarem ainda a falta ou, prefiro crer, por estarem na companhia de quem certamente mais as amou em toda vida. Abel, pai de duas meninas, sabe do que se trata esse sentimento e seu rosto denunciou o carinho despendido para elas.
E foi pouco. Sempre será pouco. Uma criança nunca poderia perder o sorriso, nem a alegria. Anjos que vivem por aqui, que iluminam e fazem a gente parar dois minutos, abrir um sorriso frouxo e ver sentido na vida corrida e automática. Cada gol de ontem teve um pouquinho delas, e do papai, que agora torce e acompanha o Verdão num camarote mais alto e próximo de Deus – que é palmeirense, sim.
Esse texto é a minha forma de falar pra elas que tem e terão sempre todo meu amor, carinho e orações. É minha forma de falar ao pai, que tenho fé, estava lá e segue aqui, que suas pequenas honrarão à tradição da família. De falar pra mãe que ela ganhou a maior família do mundo, a palmeirense, para todo sempre. E que esse sorriso lindo nunca mais se esconda.
O mundo é melhor com vocês. Obrigado por serem assim, por serem Palmeiras.
