Em 1874, o personagem fictício de Maurice Leblanc era só um projeto poético e idealista. Em 1905, Arsène Lupin aparece pela primeira vez – ladrão cortês, elegante e bastante habilidoso. Com o dom da palavra, fez incontáveis assaltos, roubos e contravenções sem ser pego, colocando no bolso de seu terno felpudo a polícia francesa da Belle Époque.
Anarquista e discreto, aparecia pouco, mas nunca era em vão.
Uma característica inconfundível de Lupin era o charme. Vezes calado, noutras frio, mas também intenso e amoroso, tinha facetas de alguém que nunca teve uma identidade só, muito pelo contrário, alguém que sempre soube o que buscava, e que não se importava com os meios para tal. Se Lupin aparecesse, não era sem propósito.
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Ardiloso, vil, impiedoso, sádico, cruel, perverso, insensível, impiedoso, duro, frio, feroz e odiável.
Essa capacidade de tomar de assalto algo que está sob outra posse, sem qualquer compaixão, te lembra alguma coisa? Mais perto do final da vida de Leblanc, Lupin se tornou alguém intocável. Seus competidores sabiam que o sumiço era um bom sinal, mas caso ele surgisse, não haveria como impedir que o rio caminhasse pro mar – e que ele vencesse.
Foi difícil encontrar na arte alguém tão parecido com um clube de futebol como Lupin se parece com ela, para a qual vocês torcemos. O rei dos disfarces, o sorridente que é capaz de humilhar um competidor sem demonstrar esforço, que derrete o mental de quem ousar ser resistência. Essa supremacia física, mental e anímica é cinema puro.
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O time de vocês talvez tenha estragado os próximos 15 anos do Botafogo. O time de vocês deu férias ao Flamengo, além de ter causado neles o maior trauma de suas vidas – um loiro platinado e desengonçado que pede desculpas enquanto zomba de 60 mil pessoas. O time de vocês é um amante da safadeza – usa, faz o que precisa, e vai embora sem deixar rastro.
Arsène Lupin vingou a história de seu pai, que foi destratado pelo poder da época. Hoje, o time de vocês vinga sua própria caminhada, revivendo o passado e dando uma nova cara para essa memória. O time de vocês não tem escrúpulos na busca pelo que deseja. O time vocês cometeu o maior roubo à mão desarmada da história de um torneio e está sorrindo, sem sustos – à Lupin.
A França é a Pompeia. Lupin é o P.., é o time de vocês.