Tem carinha de limite. O auge, o de sábado, foi lindo. Magnífico e estará para sempre nos altos do Palmeiras, mas hoje já é quinta. Bateu à porta a realidade que a gente conhecia, mas se fingiu de Bobby. Muito me parece que o verde de Vanderlei é fadado ao mata-mata, aquele momento que envolve mais emocional e menos bola.
Aquele tipo de time que se concentra e se conecta nos maiores dias e tenta superar o problema com base no que reside por além das linhas. Eu não sou o maior dos fãs, confesso. Acho, de verdade, que o Palmeiras bateu a cuca no teto, levou o estadual e exorcizou seus fantasmas, seus receios, mas era claro que a ressaca traria a reflexão.
É bem indigesto notar que há muitos elencos paupérrimos que, no final das contas, farão jogos hercúleos com o do Palestra. Tá certo, não. Por pior que seja, é chegado o momento de encaixotar o Paulistaço e a atuação primorosa do treinador no entorno daquele jogo, não no campo, para pensar no que vem adiante.
Desalinha a paciência quando as mudanças parecem acontecer com base em sorteio, bingo ou rifa. Você escolhe e torce pra acontecer algo de bom. Se deu errado, muda de novo. E de novo. E de novo. A gente tem a melhor das intenções em prezar pela frivolidade na hora de opinar sobre o que vemos, mas os olhos estão convictos que a curva é de piora. Num vai melhorar se o caminho se mantiver.
A gente, se calmo, vê coisa boa, idéia boa, mas parece depender exclusivamente da disposição. Quando amainam-se os ânimos, esse ímpeto todo, volta a falhar. Entendo, no auge do meu total de zero jogos como profissional de futebol, que não basta. Imagino que existam soluções sistêmicas que inibam essa dependência toda. Não funcionou e nem deve funcionar.
Foi lindo, o fim, mas os meios não convencem. Bateram com a cuca no teto.