ESTÁ TUDO BEM MESMO?

Opinião: 'Resultadismo quando convém no Palmeiras'

Em 2019, uma reformulação foi colocada em prática após uma derrota por 3 a 1 em casa para um adversário carioca, que acabou merecidamente campeão brasileiro e da Libertadores. Ali estava tudo ruim e agora não há problemas?

Muito me preocupa a polarização da torcida do Palmeiras. De um lado, os que não enxergam motivo para qualquer crítica, se autointitulando ‘palmeirenses de verdade’ por apoiarem incondicionalmente. Do outro, os que enxergam terra arrasada ao menor sinal negativo e querem a demissão de todos os jogadores e dirigentes. Como quase tudo na vida, não me vejo nem tão lá e nem tão cá.

Na minha bolha, os conformados parecem ser maioria. No entanto, entendo e até concordo com algumas cornetas fundamentadas. Que me chamem de ‘Enzo insuportável’, mas vamos lá:

– Uma temporada como vice-campeão brasileiro possivelmente com a maior pontuação de um segundo colocado na história do atual formato e título paulista está bom – dizem muitos.

Quando colocamos dessa forma, não parece tão ruim. Mas é puro resultadismo. E o campo e a bola? Quando um bom trabalho é criticado de forma simplória por não entregar resultados, ficamos revoltados. O contrário também tem que valer. O futebol praticado pelo Palmeiras em 2024 é pior que o de 2023 que foi pior que o de 2022. Tudo isso com a comissão técnica mais cara da história do futebol brasileiro.

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E mais: como os pontos foram conquistados? O time não ganhou uma vez sequer de um adversário do G5 do campeonato e não venceu mata-matas contra equipes de Série A no ano. Se isso for normal, temos um grande problema. Em 2023, a genialidade de Endrick mascarou grande parte dos problemas, levando o clube aos 70 pontos, que foram suficientes. Em 2024, Estêvão teve o mesmo papel e até conseguiu mais pontos, mas o sarrafo da concorrência subiu.

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A postura conformista e anticríticas é institucional. Não há explicações para as eliminações precoces nas copas e para o atropelo sofrido para o Botafogo. ‘Já ganhamos muito’ é o que diz a presidência. O treinador diz que vai tranquilo para as férias após fazer tudo que era possível e os jogadores atribuem os fracassos ao acaso, como Weverton disse na zona mista após o 3 a 1 no Allianz Parque que ‘não era o nosso dia’. Será que esse é mesmo o máximo que esse Palmeiras pode entregar?

Por fim, uma provocação. Em 2019, quando o Palmeiras tinha muitas conquistas a menos do que tem hoje e não revelava gênios de 17 anos, uma grande reformulação foi colocada em prática com a demissão do treinador (na época, atual campeão brasileiro) e do diretor de futebol após uma derrota acachapante por 3 a 1 em casa para um adversário carioca, que acabou merecidamente campeão brasileiro e da Libertadores. Alguma semelhança com 2024? Ali estava tudo ruim e agora não há problemas? Difícil de acreditar.