Leia a coluna de opinião Guilherme Paladino para o NP: Buscas por Piquerez e Jorge ressaltam ótimo planejamento de rejuvenescer elenco do Palmeiras
Com a iminente saída de Matías Viña para a Roma, o Palmeiras agiu rápido para repor sua lateral esquerda: já anunciou a contratação de Jorge, 25 anos, ex-Mônaco, e encaminhou acerto com o uruguaio Joaquín Piquerez, 22 anos, do Peñarol.
Através destas movimentações, a diretoria alviverde deixa claro que ainda tem ambições para a temporada e, além disso, reforça sua melhor característica desde o início de 2020: o planejamento de rejuvenescer o elenco, o que está de acordo com as melhores práticas de gestão do futebol ao redor do mundo.
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Ao perder um importante e jovem lateral de seu elenco, como Viña, o Palmeiras poderia ter optado pelo caminho fácil para agradar a torcida: usar o dinheiro para contratar algum ‘medalhão’ consagrado (não necessariamente para a lateral esquerda) e se virar com o que tivesse no elenco ou na base para repor o uruguaio. É dessa forma que estão agindo os rivais estaduais: contratando jogadores renomados, porém velhos, sem potencial de revenda e em fase de queda de desempenho.
Tal postura não é mais predominante na gestão palmeirense: no início de 2020, o Verdão mudou sua filosofia, usando mais a base e contratando reforços pontuais, sem muita badalação (à exceção de Rony, que, ainda assim, era novo). Nesta nova fase, foram contratados oito jogadores, ‘desconhecidos’ em sua maioria, e todos abaixo dos 26 anos:
- Rony – 24 anos
- Matías Viña – 22 anos
- Breno Lopes – 24 anos
- Alan Empereur – [26] anos
- Benjamín Kuscevic – 24 anos
- Danilo Barbosa – 25 anos
- Matheus Fernandes – 23 anos
- Jorge – 25 anos
(*Todas as idades mencionadas correspondem ao momento da contratação feita pelo Palmeiras)
Contratar atletas de peso, com carreiras consolidadas, mesmo que em idade avançada, não necessariamente significa um erro. O caso de Hulk no Atlético-MG é uma prova disso. Contudo, esse tipo de reforço precisa ser um complemento, uma cereja do bolo de uma equipe que já possui uma estrutura financeira bem sólida e peças jovens que vão manter a roda girando. Os medalhões jamais devem ser os ‘salvadores da pátria’ ou uma aposta em títulos para arrecadar dinheiro com premiações e marketing.
O Palmeiras, no contexto específico atual, opta por não fazer esse tipo de movimentação. A preocupação da torcida, há algumas semanas, era justa pois a diretoria optava por não fazer movimentação alguma; algo que poderia parecer responsável, mas que, no médio prazo, poderia custar caro pela falta de competitividade. Agora, esse desvio de percurso já foi corrigido, e com ótimos sinais da manutenção da filosofia sustentável de renovar o elenco.
Aos poucos, de forma tímida, o Alviverde dá sinais de que tem um planejamento sério. O fato de ter conquistado a Tríplice Coroa na temporada de 2020 não necessariamente reflete essa mudança de postura, pois uma enorme parte do elenco havia sido contratada em anos anteriores. Essa campanha vitoriosa, entretanto, terá frutos importantíssimos no longo prazo, pois permitiu à diretoria a paradoxal ousadia de ser cautelosa e se manter firme em sua missão, apesar de todos os erros.
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