No hospital, o pai do Wilton acompanhou em setembro de 2021 o Palmeiras empatar com o Atlético no Mineirão, classificando para a decisão no Uruguai. Dois dias depois de ser internado com fortes dores abdominais. Mais leu do que “viu” o 1 a 1. Foi pelo celular da mulher.
O que parecia algo menos complicado no intestino virou nova internação. Na madrugada, na véspera da Glória Eterna no Centenário. Ele muito mais debilitado. Dopado, não conseguiu acompanhar Deyverson ser o remédio. Mas o filho Wilton viu e sentiu tudo em casa. “O jogo mais importante da história do nosso Palmeiras”.
Ele teve alta dias depois. Mas o médico disse que era coisa ainda mais séria. Quase no Natal, eles sabem que a dor era tumor no intestino. Só a cirurgia salvaria. Em janeiro nova internação. Ainda mais grave. Era necessário agilizar a operação.
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Quatro dias depois dela, eles viram juntos no hospital os 4 a 0 na Copinha. Celebraram junto com a alta hospitalar horas depois.
Perdera 20 quilos. Na operação ficaram 25cm de intestino. E juntos pai e filho viram a derrota para o Chelsea. “Foi uma das poucas vezes que chorei pelo Palmeiras. Não pela perda do título, mas por estar tendo a oportunidade de ver o Palmeiras disputar uma das partidas mais importantes da vida, em casa, ao lado do meu pai”.
No domingo passado, Wilton conta: “71 anos e 9 dias depois, eu proporciono ao meu pai a oportunidade de ver o Palmeiras jogar pela primeira vez no estádio. Sim, o levei para o Allianz Parque, para assistir a Palmeiras x Galo. O mesmo Galo do primeiro jogo que ele não viu por conta da doença, foi o primeiro que ele viu no estádio, após curado”.
Eu sei que a medicina o curou. A operação foi um sucesso. Mas não é só o intestino que sentiu tudo isso. Existem outras conexões que nos mantém muito vivos.
Dizem que somos torcedores doentes. Não. Somos saudáveis por sermos o que somos. O que o pai do Wilton passou a ele por DNA. Por SEP.
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