Borja foi emprestado pelo Palmeiras ao Grêmio até o final de 2022. Dentro das circunstâncias, vejo como um bom negócio e explico os motivos.
A começar pelo simples fato de que não considero o colombiano um bom jogador de futebol e, portanto, não enxergo como poderia ser útil. Nem hoje e nem nunca. Os três anos dele vestindo a camisa do Verdão são provas mais do que suficientes para a tese.
Dizem que uma mentira contada várias vezes vira verdade. Parte considerável da torcida parece promover uma incompreensível ‘Lewandowskização’ do jogador por conta de um bom desempenho no fraco futebol colombiano, repetindo a história da época de sua contratação.
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Borja chegou ao Palmeiras em 2017 como supostamente o melhor jogador do continente por R$ 33 milhões, pagos através da Crefisa. Até hoje, é o maior investimento da história do clube. Não conseguiu em momento algum corresponder às expectativas depositadas nele ou mesmo se firmar como titular. Em três temporadas, teve apenas um semestre de desempenho aceitável, sob o comando de Roger Machado, ainda em 2018. Seu grande momento pelo Alviverde, na verdade, foi o desembarque no maior Aeroporco da história.
Ou seja, é um jogador mais do que testado. Cansou de perder gols feitos e de fazer atuações embaraçosas pelo Verdão. Não se trata de uma incógnita ou de uma novidade. Por mais que tentem distorcer a história e fazê-lo parecer injustiçado.
O acordo com o Grêmio pelo empréstimo deve render quase R$ 6 milhões, que serão usados para pagar a Crefisa e abater a dívida criada pela compra do jogador em 2017. Para se proteger, o Palmeiras renovou seu contrato por mais um ano e impôs que o clube gaúcho deve liberá-lo, caso chegue uma proposta vantajosa do exterior. E o Verdão não terá que arcar com um centavo dos cerca de R$ 500 mil de salário do atleta, o que representa uma economia de quase R$ 10 milhões até o fim de 2022.
O Grêmio não está mais na Libertadores e luta contra o rebaixamento no Brasileirão, portanto, não está disputando nada contra o Maior Campeão Nacional na atual temporada. Se os deuses do futebol assim permitirem, Borja apresentará futebol para ser vendido em definitivo e, assim, devolver ao Verdão pelo menos parte do investimento feito nele.
O atacante é frequentemente comparado aos demais centroavantes do elenco palmeirense. Convenhamos que Deyverson está longe de ser um primor técnico, mas daí a dizer que o colombiano é extremamente superior me parece exagerado. Não vejo como adicionar um jogador medíocre a um setor que já conta com um atleta de qualidade questionável possa ser algo positivo. Sem contar que o camisa 16 já estourou o limite de jogos e não poderia ser repassado a outro clube brasileiro em 2021. Além disso, o estilo de Deyverson parece encaixar mais com o modelo de jogo praticado por Abel Ferreira, tanto é que seu desempenho tem sido acima das expectativas nessa segunda passagem.
Quanto a Luiz Adriano, não dá nem para começar a conversa. Se o camisa 10, destaque nos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil em 2020, é criticado por falta de identificação e de vontade, Borja é afetado pelos mesmos problemas, por muitas outras limitações, e ainda tem o agravante de ser cem vezes inferior tecnicamente.
Nem Abel Ferreira e nem Anderson Barros pareciam contar com o jogador. Era esperado que permanecesse no Junior Barranquilla ou que recebesse oferta de outro lugar para não retornar ao Palestra.
Para concluir, considero a contratação de Borja em 2017 um dos maiores erros da história do Palmeiras. E seu empréstimo em 2021 diminui o prejuízo. Que ele vá muito bem e possa ser feliz, mas bem longe do Allianz Parque.
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