Eu não esperava, te confesso. O relógio supera a segunda hora do dia, meio da madrugada, e a cabeça cantarola sobre esse improvável todo. Não era pra ser tão lírico assim. Perdemos tudo, todos, perdemos nós ao lado deles. Perdemos os milhões e os milhares. O que mais teríamos pra fazer?
Aquela taça já era redentora. Todos concordávamos que o ‘o ano tava ganho’. E estava, de fato. Protagonizar mais alguma coisa era um devaneio. Perdiam-se peças como um diário de atividades. Foi-se o treinador. Foi-se a fé na direção. Nos meninos e nos mais velhos. O Palmeiras era pó e decepção.
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Solução portuguesa, com certeza? Sem certeza. Era espanhola, depois argentina, outrora catalã. De repente, caseira mesmo. Do dia pra noite, era grega e falava português. Qual a chance? Tão novo, tão incipiente. Era a receita perfeita pro insucesso. De tão improvável, compramos a ideia de sonhar.
‘Não cruzei o Atlântico pra passear’. Ele falou sobre nós como quem conhecesse o terreno desde sempre. Ganhou jardas nos corações de quem torce e vendeu seu sonho pros comandados. Instaurou um espírito de unidade. Era o começo do tudo, mesmo em meio ao absoluto nada.
Em semanas, surgiu o encanto. A gente sentiu amor, de novo. Sentiu ansiedade, de novo. Vontade, afeto, proximidade, amor, mesmo. Nunca um Palmeiras se fez Palmeiras tão rápido, tão instantaneamente. Batizados pelo evangelho de um líder, decididos que dava. Porque não daria?
Passamos a ver com leveza. Confiança neles porque eles podem. Todos eles. Não tem mais descarte, desprezo e desalinho. Afinou. É possível crer, dia a dia, objetivo a objetivo, em tudo. Eles não falam por falar, nos não torcemos por torcer. Há um propósito maior nessa jornada que já é lendária.
Nunca chegamos tão jovens e apaixonados. Se der, será lindo. Se não der, será caminho pra próxima. Mas aí eu te digo, de todo meu coração: porque não daria? Enquanto houver uma camisa verde com um P no peito e corações sedentos por honrá-la, aqui e lá, não há medo que possa impedir.
Avanti, Palestra.
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