Santos, David Luiz (pela esquerda), Thiago Maia e João Gomes eram os únicos titulares escalados pelo ousado Dorival no Allianz Parque, em um clássico contra o líder com toda a cavalaria a postos, com 9 pontos de vantagem.
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A aposta do treinador do Flamengo deu muito certo na primeira etapa. Com quatro chances de gol contra apenas duas do Palmeiras, o Rubro-Negro foi melhor e fez 1 a 0, aos 28, com o cada vez melhor Victor Hugo, que subiu bonito de cabeça às costas de Zé Rafael, depois de mais um grande lance de Ayrton Lucas (o melhor em campo) contra Marcos Rocha.
Escalado no 4-3-3, com o múltiplo Lázaro como referência mais enfiado, Marinho de novo bem pela direita, e Cebolinha sumido pela esquerda, o Flamengo foi tocando a bola com inteligência e qualidade contra um Palmeiras que não tinha a centelha de Veiga por dentro, não buscava mais Dudu pela esquerda, e sofria pelos erros pouco usuais do múltiplo Scarpa, pela anulação do bem marcado Rony à frente, e pela pouca chegada de Zé e de Danilo na área rival.
Na segunda etapa, no plano inclinado do Gol Sul, Abel foi bem ao trocar o lado de Dudu. Segurou majs Ayrton Lucas, e conseguiu que Veiga encostasse mais no Baixola. Os grandes momentos palmeirenses em 2022 foram quando eles se associaram e estiveram próximos. E assim foi que Veiga marcou belo gol de fora da área, aos 20, depois de um punhado de boas chances dos dois lados de um Palmeiras que encorpou e foi o líder que é.
Dorival já tinha preparado duas mexidas. Everton Roberto x Victor Hugo e Pedro x Marinho (Lázaro indo pra ponta-direita). Ele entraram na sequência. Era o caso de ter saído Cebolinha. Mas não foi isso que fez o Palmeiras merecer o empate. Ou mesmo mais. Até pelo maior “equilíbrio” em nomes a partir dos 30. Quando Dorival escalou toda o quarteto da frente (que pouco fez) e Abel foi tirando a melhor força e formação. No final das contas, nos últimos 20 minutos úteis, eram seis titulares para cada lado. E o equilíbrio e o respeito entre os dois melhores times do país e do continente.
Aos 42 minutos, na transmissão da Jovem Pan, na cabine do Allianz Parque, eu disse que não gosto de elogiar goleiro, zagueiro e árbitro com a bola rolando. E nem criticar goleador antes do apito final. A chance de o jogo virar num lance é enorme. Meu comentário era para a elogiável atuação de Ramon Abatti Abel, que deixava o jogo fluir, não caía em todas as quedas e simulações, e apitava muito bem um clássico decisivo. Até que uma bola foi levantada a um minuto do fim, o experiente Vidal foi como juvenal só no corpo de Gómez e o impediu com o cotovelo de subir na disputa com Santos.
Abel elogiou a arbitragem. O próprio capitão palmeirense deixou a entender que esse foi lance de jogo. Seria para nem mais comentar. Mas eu teria marcado o pênalti. Na posição clara e limpa em que estava o árbitro, eu teria marcado o que eu mesmo não vi na cabine – e também pela minha miopia.
E o VAR? O tão intervencionista da CBF poderia ter chamado o árbitro de campo. Como ele mesmo chamou em Fluminense x Fortaleza em lances de difícil conclusão pelas imagens, na Copa do Brasil.
Mas tem como discutir (e muito) se foi um lance “claro e óbvio” de revisão pelo VAR, como manda o protocolo muitas vezes desrespeitado pela arbitragem brasileira (em seu pior momento na história).
Para um árbitro que poucas faltas marcou (a maioria das vezes com razão), compreensível ele não marcar mais uma – embora, esta, para mim, e apenas pela câmera de trás, tenha acontecido.
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