Oi, tudo joia? Bom dia, se você tiver acordando agora. Foi um pesadelo, né. Eu sei, fique tranquilo. Uma hora, passa, te prometo. Demora? Sim, pior que demora, mas uns 30 anos resolvem isso aí. Rapidinho, você nem vai notar. Eu até entendo que você não queira alface no almoço, é verde, tal, mas faz uma força, é preciso comer.
Tá bom, tá bom. Pode ser cebola roxa com tomate, mas só hoje. Eu vi que sua turma soltou uns rojões na sua casa, mas pense bem: o que mais eles fariam com tanto investimento? Era pra ser comemoração, mas deu ruim. Precisava gastar, não fique bravo. Eles não fazem por maldade, a culpa é tua, quem mandou você tremer?
Já entendi, você falou. Sei que é normal, era sábado, era o Palmeiras, era na casa deles, tá certo. Sim, lembro que você não pode ver o Luxemburgo que dói até a barriga, mas é preciso superar. Não, tô ciente, você não consegue ganhar dele, mas vai parar de tentar? Que vergonha. O seu treinador não era o gênio da modernidade? Vai perder pra um caduco, como você sempre fala? Pfffff.
Esse Luan aí, você me garantiu que era craque, poxa. Identificado, torcedor, habilidoso. Vai me falar que os gols lá no Mickey foram sorte? Você CRAVOU que ele seria o líder do tetra. Não sei porque ele não bateu o pênalti, sábado, né. Será que ele estava inseguro por ser um jovem de quase trinta anos? Eu acho que sim. Por isso que bateu o Patrick, aos 58, com barba branca e bengala.
Fica assim, não. Faz o seguinte, ó. Convoca uma reunião, chama o Neto como coach, o Gabriel como motivador e pinta grama de preto. Não esquece de colar adesivo nas paredes, tá? Monta um climinha bacana, reúne a galera, fala que eles precisam ter ‘sangue no olho’ e que era ‘o jogo da vida’. Aí cê põe na tevê o VT do tetra do Paulistão, conhece?
É só digitar no YouTube: ‘O sonho acabou’.
Beijo, viu? Fica bem. Sofre não.