Opinião: Dai, a Abel o que é de Abel, e a Leila, o que é de Leila e Barros e Buosi
As culpas cabem a todos, mas a cascata de efeitos de uma noite triste são muito problemáticos
Abel tem uma série enorme de culpas, algumas delas no campo, outras tantas por validar e endossar posturas desastrosas de Leila Pereira e Anderson Barros. No dia seguinte de uma eliminação projetada pelos próprios erros óbvios, a bronca toda está com o treinador – uma vez mais, escudo de uma gestão atabalhoada, sem direção e com muito pouco sentimento pelo que é clube.
O fim do carnaval é de lamentações não só pela eliminação, mas pelos meios que nos trouxeram até aqui. Pelas promessas infundadas de uma figura pública que não tem pudor com suas falas, que lança ilusão com paz de espírito e que se sente essa tristeza toda que está com cada palmeirense vivo, rico ou pobre, com ou sem poder de compra, com 10 ou 83 anos de idade.
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Abel sempre foi errático, como qualquer outro, mas foi genial como quase ninguém. Foi pressionado de todas as formas que existem, e quase sempre superou. De tanto resistir, parece ter, enfim, perdido um pouco a mão e acreditado numa realidade quase paralela, descolado da realidade – claramente influenciado por seu dia a dia e por suas batalhas de proteger quem não merece proteção.
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Leila erra, e não aparece. Leila opta pela ação de contenção interna, que é suficiente para manutenção de suas funções. A torcida pode berrar muito, mas não supera os muros da Academia. Ela já não precisa da opinião pública, afinal, tem a máquina para conduzir suas visões e opiniões. O conselho, quando insurgiu, foi punido. A organizada, banida. A mídia, criticada. Leila tem o Palmeiras na palma de suas mãos por quanto tempo a lei permitir, e assim será feito.
As culpas cabem a todos, mas a cascata de efeitos de uma noite triste são muito problemáticos. Fãs de Abel se negam a ver suas falhas, haters do técnico se voltam apenas contra ele. Ninguém lembra da direção de futebol, que não contratou, que não baixou preços, que não aproximou clube e torcida, que não repôs saídas, que não endossou sequer a festa dos seus. Mais uma vez, o boi de piranha fica como rastro enquanto a boiada passa sem ser lembrada.