Ameaça, violência e virulência não dão jogo

Injustificáveis serão sempre as ameaças físicas a atletas, comissão técnica e dirigentes

A parada da pandemia destreinou atletas como nunca na história do futebol profissional.

Mas outros profissionais voltaram melhores do que os brasileiros pelo mundo.

Mesmo com jogos sobre partidas, sem tempo hábil para treinos para remunerados nem sempre hábeis.

Tudo isso se compreende.

No Palmeiras debilitado pela inesperada partida de Dudu, o que já não vinha bem não se acertou desde então.

O time não joga bem. E ainda assim venceu o Paulista que desde 2008 não conquistava.

Ótimo.

Mas é quase nada pelo pouco que o time jogou em torneio medíocre. É ainda menos pelas obrigações no BR-20 muito mais difícil. E ainda mais complicado por três péssimas exibições.

Justificáveis por alguns motivos. Mas não tantos.

Injustificáveis serão sempre as ameaças físicas a atletas, comissão técnica e dirigentes. Ainda mais depois de um título.

Mas cobranças fazem sempre parte.

De todos os lados.

Atletas podem e devem se manifestar. Como reitero que compreendo Felipe Melo quando explode no Instagram celebrando um gol. Ainda mais tão inesperado como na vitória contra o Athletico pelo que não foi o jogo. Como já escrevi a respeito.

Mas a questão maior é respeito. A falta dele que é tão danosa como a falta de paciência, educação, cultura, diálogo.

O futebol fraco do Palmeiras não é culpa da imprensa. Ela só passa a ser cúmplice quando ceifa cabeças e dá tapas sem responsabilidade nos envolvidos. Ou doura um futebol de chumbo.

Para defender ponto de vista e pontos ganhos não é preciso atacar. Nem incitar quem não “induziu a falar mal”.

O debate se dá quando se joga aberto e às claras. Sem indiretas. E sem diretos na cara “com responsabilidade”.

Respondi em texto aos berros de Felipe Melo porque ninguém pode tirar da reta suas responsabilidades.

Importa sim o que as pessoas dizem. O que fazem. O que pensam – quando pensam.

Importa sim a manifestação pacífica. Importa sim o diálogo.

O que não pode é ameaçar fisicamente.

O que não pode é não ter tranquilidade para trabalhar.

E trabalhar para jogar o que esse time e esse elenco são capazes.