Análise: Modelo de jogo de Abel é uma cultura de futebol no Palmeiras

Treinador emplacou seus métodos, gestos, costumes e rabugices em toda a Família Palmeiras

O Palmeiras de 2021 marca uma época que nunca antes existiu em tamanha profundidade. Fomos testemunhas de times que ‘jogaram sozinhos’, de constelações que poderiam vencer uma seleção nacional, mas é fato novo que o clube, de crianças a lendas estejam em uníssono no modelo de praticar o esporte futebol.

No duelo contra o Cuiabá, as crianças do Verdão, que jamais treinaram dois minutos juntos e, veja só, eles praticaram o mesmíssimo modelo que aquele super treinador e tricampeão da América.

Não havia, em Cuiabá, nem Abel à beira do gramado. João Martins, seu auxiliar, foi a face do comandante, tão duro e xarope quanto o original. E não se trata de copia, mas de convicção de trabalho. Eles são assim, como unidade de trabalho. Falte um, falte outro, a engrenagem segue intocável. O reflexo vem no campo.

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Os meninos compuseram linha de cinco para defender, promoveram contra-ataques velocíssimos, futebol de transição, passagens de lateral alternadamente, movimentos coordenados, intensidade física e mental, aplicação pela causa e vibração do início ao fim.

Não é sobre quem joga, mas sobre o Palmeiras jogar. Abel implantou no Palmeiras uma cultura que extrapola o campo. Fala de comportamento, sobre modelos, sobre como fazer. É bastante impressionante que 12 meses sejam suficientes para uma marca se estabelecer num clube tão peculiar, mas é inegável. Importamos até suas falas, como ele aderiu às nossas. A família.

Abel Ferreira na final da Libertadores com o Palmeiras. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Dizemos, como torcedores, ‘todos somos um’ como se fosse um mantra, com a mesma convicção que o treinador fala numa rodinha pré-final. Estamos alinhados em tudo, para tudo, sempre visando o bem comum e por mais que percalços surjam, a confiança já superou essa fase. Faz tempo. Não à toa, até o gestual pedindo concentração é um ‘viral’ entre jogadores e adeptos.

Não se sabe até quando Abel trabalhará no Palmeiras, mas ele viverá no clube para sempre. São legados que nem mesmo o tempo desfaz. E se o trabalho seguir, não há limites para onde essa cultura pode se estabelecer. O Palmeiras se acostumou a gostar só da vitória, mas ele aprendeu a gostar de método, de modelo, de estratégia, de tudo que o Portuga prega.

É um grande evangelho que ele, com muita força e resiliência, venceu nossa resistência e mostrou ter validade. Do cozinheiro ao camisa 9, do sub 13 ao profissional, há uma metodologia clara e firme. E é bom demais poder ver e viver tal momento. Dure quanto durar, já é substancialmente marcante. A cultura está estabelecida.

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