Especial: Pela América que já é nossa. E continuará sendo!

Respiramos a América, nosso palco preferido por ser conduzido à base de alma

*Esse texto foi desenvolvido por Arthur Abramo, João Gabriel Falcade e João Pedro Sundfeld para o vídeo especial pré final do Nosso Palestra, com edição de Paulo Macarini

Após tantas alegrias, as maiores de muitas vidas, as mais lindas de uma geração, a chance de repetir a história. Eram as cinco coroas homenageadas na camisa, e eternizadas nas mais pura realidade. Faltavam duas finais, três partidas… mas os troféus passaram por entre as mãos.

Supercopa e Recopa foram iguais. Nos pênaltis, no mínimo e dolorido detalhe, no final. Apesar do esforço e da entrega, da reza de casa e do campo, o equívoco custou a eternidade, que já pertencia a nós, mas que poderia ganhar alguns contornos mais numerosos.

Depois, mais um baque. Um time sem férias, sem reforços, com muita alma, mas incapaz. Não competiu como se pedia e esperava. Bem que tentou, lutou como sempre faz. Chegou à final estadual, mas viu o rival celebrar após tanto tempo. Viu as críticas se intensificarem, com argumentos insignificantes e vazios.

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O passado de dois meses tornou-se, realmente, apenas história. Não existia mais aquele time campeão de tudo. Aquele técnico inovador e brilhante. A capacidade e apoio de quem pintou o continente de verde depois de tantos e tantos anos. Eles esqueceram quem somos e, na verdade, nós também.

Vimos muros pichados e redes sociais incandescidas. O ódio nos olhos daqueles que, nos programas de televisão, esbanjaram soberba e falta de noção. Babavam o veneno que consumia seus próprios corações. Eles não entendem do que somos feitos. Azar todinho deles.

Respiramos a América, nosso palco preferido por ser conduzido à base de alma.

É a obsessão que Abel entendeu tão cedo, apesar de ter vindo de tão longe. O time parecia jogar numa frequência diferente. Mais leve no campo, mas encharcado de emoção. Fomos colocando abaixo um a um que tentavam parar a busca por mais uma. Nunca adiantou colocar obstáculos rasos contra um mar de coração.

Oscilou no Brasileiro e abandonou o campeonato quando a distância ao líder não justificava mais a luta por ele. Sobrou a Copa. E veja só a ironia do termo ‘sobrar’. Tínhamos aquela que carrega o termo mais intenso e ansiado por alguém. Por ‘só ela’, daríamos a vida inteira pra ser campeão.

Palmeiras é o atual campeão da Libertadores (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Depois de fase de grupos quase impecável, atravessou as oitavas com certa tranquilidade apesar da incerteza que sempre habita o palmeirense. Nada tão normal. Somos desconfiados por natureza, somos inseguros por essência, mas somos UM, com a mais absoluta certeza.

Chegou às quartas de final com a missão de vencer quem jamais havia vencido. Com a força do ineditismo e de uma gana que poucas vezes se viu. Em campo, triunfou sobre o rival no clássico mais importante da temporada. Avançou, calou uma série de bocas mal intencionadas e almas que insistiam em duvidar. Ainda, a falta de crença neles que nasceram para liquidar o impossível?

Mais um passo restava para a sonhada final. Ignorou o desdém que pairava sob o trabalho e espantou toda a má fé colocada sobre a equipe. Sob acusações de covardia, demonstrou sua enorme valentia e eliminou o melhor time do país. Nunca antes por aqui se viu tanta inveja de uma cor, logo a ela, logo AQUELA cor. A nossa cor.

A Libertadores pôs-se como via única do desafogo palmeirense. Esse que não teve sossego nem depois de quase tudo conquistar. O Palmeiras não teve a chance de dar uma volta olímpica sem pensar no dia seguinte. Queríamos de nós ainda mais mesmo quando já tínhamos feito tudo. Eles não querem entrega, eles querem debochar da felicidade, custe a honestidade que custar.

E sua obsessão continua a ser obsessão mesmo que seja alcançada uma ou duas vezes. A história apenas começou a pagar a dívida de toda a tradição do Palmeiras na Copa. É hora da história se redimir, se desculpar e fazer o mundo inteiro ver que não nos bastamos com a glória. Nem mesmo a eterna.

O Palmeiras é nosso. E a única coisa que nos satisfaz é orgulhar quem usa nossas cores.

Relembrar os heróis do passado que tentaram, sem êxito, chegar ao topo do continente. Relembrar aqueles que, pela primeira vez, colocaram o Palmeiras no extremo mais alto de toda a América. Exaltar quem nos trouxe de volta ao lugar que nunca deveríamos ter saído.

Ao posto de maior das Américas, não só do Brasil. Tradição, números, tudo indica o que é. Tudo converge a um ponto específico na história do futebol. O maior.

Com rostos já eternizados, histórias que serão contadas pelo resto dos tempos. É o grupo desacreditado que se superou. Calou a boca de tantos desavisados que ousaram se opor à gigante e colossal Sociedade Esportiva Palmeiras.

É hora de colocar o passado para trás, o presente de joelhos. O futuro é nosso. E é lindo como nada nesse mundo.

Pela obsessão já conquistada duas vezes. Dando a vida dentro e fora de campo. Pela torcida, amor, tudo o que move o futebol.

Pela América que já é nossa. E continuará sendo.

Avanti, Palestra!

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