ESPECIAL TAÇA BRASIL 1960: Finalista! Fluminense 0 x 1 Palmeiras

Depois de meia hora sobrevoando a Guanabara, o Convair da Cruzeiro enfim pousou em Santos Dumont. O Palmeiras chegou ao Rio de Janeiro para disputar a partida de volta da semifinal da Taça Brasil-60 vindo de boa vitória em Campinas contra a Ponte Preta, depois de quatro empates seguidos no Paulista (onde estava a três pontos do Santos, e na terceira colocação do torneio). Sequência de empates ampliada pelo 0 a 0 na semana anterior sem gols e grande futebol no Pacaembu, na estreia palmeirense na fase semifinal da Taça Brasil contra o campeão carioca de 1959.

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A delegação paulista chegou na véspera do clássico com os reservas Silvio, Clóvis, Perinho, Ari, Abílio, Valter Prado. Américo Murolo seguia machucado na frente e era ausência sensível a um time irregular. O zagueiro Zequinha (não confundir com o volante que seria bicampeão mundial pelo Brasil em 1962) também estava lesionado.

O Fluminense, campeão estadual de 1959 e do Rio-São Paulo de 1960, não perdia desde abril no Maracanã. Se Zezé ainda sentia a ausência do maior artilheiro da história do clube (Valdo), ao menos Telê voltava ao time para a armação, no 4-3-3 do treinador. Ele e Paulinho criavam no meio os lances que exploravam os contragolpes com os pontas Maurinho e Escurinho bem abertos.

O primeiro tempo foi truncado e trancado como gostava de atuar o Fluminense. O goleiro Valdir mal trabalhou em 90 minutos no Rio, diferentemente de Castilho, que fez pelo menos seis boas defesas (as mais difíceis na segunda etapa). Menos no último minuto do clássico, quando Julinho se livrou de três rivais, cortou por dentro, e encontrou com belo passe Chinesinho (o melhor em campo, e o melhor palmeirense em 1960); de primeira, o craque gaúcho achou Humberto Tozzi livre, aberto pela direita, para fuzilar Castilho.

Mérito da jogada e da justa vitória também de Brandão, que trocara no segundo tempo as funções de Humberto com Julinho Botelho (para o técnico, o melhor em campo). Para O GLOBO, o ponta-direita, o lateral-direito Djalma Santos e o armador Chinesinho (mesmo seguido o campo todo por Edmilson) foram os melhores no Maracanã.

Nardo e Humberto não foram bem no ataque. Mas o goleador que voltara da Itália, mesmo deslocado pela direita, definiu o placar e evitou o jogo-extra, 48 horas depois, no mesmo Maracanã.

Se não tão jogou bem, (havia atuado melhor na partida de ida), o Palmeiras foi muito melhor do que o Fluminense nos dois jogos semifinais. Palavras de seu treinador (e do Brasil na Copa-54). Fala Zezé Moreira:

“Perdemos a partida, mas não a oportunidade de realçar os méritos dos adversários. Eles mereceram amplamente o sucesso e torço para eles até o final da Taça Brasil. Quero também elogiar o trabalho do árbitro e de seus bandeirinhas”.

FLUMINENSE 0 x 1 PALMEIRAS
Semifinal Taça Brasil. Jogo de volta.
16/11/1960
Maracanã
Árbitro: Romualdo Arppi Filho
Renda: Cr$ 1.620.760,00
Público: 50.000 (estimados 40.000 pagantes)
FLUMINENSE: Castilho; Jair Marinho, Pinheiro, Clóvis e Altair;
Edmilson, Paulinho e Telê; Maurinho, Jaburu (Jair Francisco) e Escurinho.
Técnico: Zezé Moreira.
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Jorge;
Zequinha e Chinesinho; Julinho, Humberto Tozzi, Nardo e Cruz.
Técnico: Osvaldo Brandão.
Gol: Humberto aos 44 do segundo tempo.

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