Giuliano Formoso: Abel Ferreira viveu sua pior noite no comando do Palmeiras e só o dia 27 importa

Treinador errou o planejamento, abandonou o time em campo e não admitiu os equívocos. Dito isso, ele segue sendo perfeitamente capaz de levar o Verdão à Glória Eterna novamente

Abel Ferreira viveu sua pior jornada em pouco mais de um ano à frente do Palmeiras na última quarta-feira (17), com a derrota por 2 a 0 para o São Paulo em pleno Allianz Parque lotado. Seguidos erros inexplicáveis agravaram e culminaram no revés diante do rival desesperado à beira da zona de rebaixamento.

A dez dias da final da Libertadores, o torcedor palmeirense entendia que o Choque-Rei era o penúltimo jogo da temporada. Uma chance de ouro para deixar o vizinho de muro em situação complicadíssima na tabela, tendo o maior público do Allianz Parque desde 2019 como reforço. Abel subestimou o tamanho do duelo e surpreendeu ao escalar uma equipe mais do que reserva, como se fosse contra um adversário qualquer. Dos 11 titulares, somente Weverton deverá estar em campo no Estádio Centenario contra o Flamengo, no dia 27. Danilo, que poderia ser titular, foi o outro que se salvou na trágica partida.

Vivendo um drama, o São Paulo venceu com extrema facilidade e o 2 a 0 no placar ficou barato para o Verdão. A única utilidade da partida foi expor jogadores que não possuem a menor condição de atuar na final da Libertadores, ou mesmo de vestir a camisa palestrina.

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ATUAÇÕES ABAIXO DA CRÍTICA

Kuscevic e Jorge, ambos com contrato até 2025, e Willian, que renovou recentemente até 2022, viveram noite constrangedora, errando absolutamente tudo. Os jovens Renan e Patrick de Paula mostraram porque foram sacados da equipe titular nos confrontos mais importantes, enquanto Matheus Fernandes deixou claro porque nunca entra.

Finalmente, depois de tanto tentar, Luiz Adriano conseguiu colocar um ponto final triste e melancólico em sua passagem pelo clube, desrespeitando a torcida após, mais uma vez, não demonstrar um pingo de vontade em campo.

ERRO DE PLANEJAMENTO

Na derrota contra o Fluminense, no último domingo (14), Abel deu a entender que os titulares estavam cansados. Ora, pois que fossem poupados da viagem ao Rio de Janeiro e do gramado lastimável do Maracanã, para que pudessem jogar para valer o Choque-Rei. Um erro claro e evidente de estratégia para qualquer um que tenha olhos e queira enxergar. Pior: Veiga, Scarpa, Rony e Zé Rafael foram colocados no segundo tempo para tentar consertar o que já estava além do conserto contra o São Paulo. O objetivo principal não era descansá-los?

Restam dois confrontos antes da final e ambos são ingratos pensando na utilização dos titulares: Fortaleza fora de casa (viagem longa e gramado ruim para enfrentar o organizado 6º colocado) e Atlético-MG, praticamente campeão brasileiro, em casa, na véspera da viagem ao Uruguai.

ABANDONOU O TIME

Nos minutos finais, Abel coroou sua noite mais infeliz no comando do Palmeiras. Nenhum erro foi tão feio como deixar o campo rumo aos vestiários antes do apito final, abandonando a esdrúxula equipe escalada por ele e jogando no lixo seu mantra de ‘todos somos um’. Pediu que a torcida sempre apoiasse até o final, mas não o fez quando o time mais precisou. Logo em seu primeiro jogo com a casa cheia.

Na coletiva, o treinador não assumiu qualquer um dos muitos erros cometidos e repetiu diversas vezes que ‘tem um plano e vai seguir até o fim’, chamando de maluco quem escalaria os titulares no clássico. A justificativa para o ato injustificável de deixar o gramado antes do fim do jogo foi o desejo de evitar o terceiro cartão amarelo e ser suspenso. Que papinho, hein?

SÓ O DIA 27 IMPORTA

A derrota acachapante coloca fim no bom momento vivido pelo clube a dias do jogo mais importante da temporada e, de forma desnecessária, aumenta a pressão em torno do duelo.

Abel e Palmeiras viveram noite para esquecer na última quarta-feira, mas nada mais do que isso, importante dizer. Ele segue sendo o responsável por levar o clube a duas finais seguidas de Libertadores, como segue sendo o mais capacitado para buscar o que seria um histórico bicampeonato continental. Como excelente treinador que é, espera-se que de cabeça fria ele aprenda valorosas lições com os equívocos cometidos no Choque-Rei e leve novamente o Verdão à Glória Eterna.

Avanti, Palestra!

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