Endrick é inevitável. Perguntas sobre a utilização da joia, também. Abel Ferreira pede calma, mas o garoto de 16 anos, naturalmente, se coloca em um patamar acima dos demais.
– Vamos dar tempo ao tempo. Se precisarmos dele e suas características se encaixarem com o jogo, ele vai entrar. Assim como vai ficar fora quando assim for. Está aqui para crescer, não tem a ver com idade, quando acharmos que suas características se encaixam no jogo vai entrar.
Abel também sabe o peso que ser camisa 9 do Palmeiras carrega. Aliás, historicamente é assim.
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– Não é fácil ser o nove nessa equipe. Os jogadores têm que saber lidar com essa pressão, nesse estádio e com essa exigência. Os torcedores sabem e querem sempre o melhor.
O ‘problema’ – ou melhor, solução – é que Endrick vem, desde a base, quebrando paradigmas. Não há quem assegure que ele será tudo o que se espera. Fato é, no entanto, que ele está à frente de Flaco López e Rafael Navarro, seja na opinião pública ou do técnico do Palmeiras.
Sobre isso, Abel não falou, mas mostrou. Precisando desempatar o clássico, quem o comandante do Verdão tirou primeiro do banco de reservas? E lá foi ele, com a irreverência de sempre, passada larga… cavou a expulsão de Beraldo e, como sempre, exalou personalidade.
Deixa eu pegar? – questionou, sobre a falta sofrida na entrada da grande área.
Ainda é cedo para assumir algumas funções, mas já passou da hora de Endrick ser encarado como o 12º jogador do Palmeiras. E seria loucura imaginar que a titularidade recente de Merentiel está ameaçada? A maior joia do futebol brasileiro não é só técnica… é coração, intensidade e dedicação, seja com ou sem bola.
Endrick faz mais do que o que pede o futebol, em teoria. Impõe velocidade, técnica e talento, o combo do craque, mas ele vai além. Ele entrega empolgação, euforia, burburinho, quebra do silêncio, esperança genuína, fé no gol, desejo por ficar com olhos vidrados pro seu intenso e feliz rosto de moleque. Endrick é entretenimento, graça e alento.
Não se evita o inevitável, nem mesmo o mais frio e calculista comandante, nem o mais cauteloso torcedor. Não se justifica em bons argumentos que a corrida de um molecote tirando o colete faça um estádio vibrar tal qual um vitória heroica aos 95. Não se colocam em registros escritos o poder disso, desse sentimento honestíssimo de amor. Não dá pra impedir.
Endrick precisa jogar. Pra cima deles. De todos eles.
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